Petistas costeiam alambrado de Ratinho Jr. e causam crise interna no PT do Paraná

Enquanto uma parte do PT preparava-se para assoprar as velinhas dos 43 anos do partido, alguns petistas paranaenses costeavam o alambrado do governador do estado, Ratinho Jr. (PSD), no tradicional Show Rural na próspera cidade de Cascavel, na região Oeste.

Nas redes internas do PT, ainda circulam fotos e vídeos do deputado federal Zeca Dirceu (PT-PR), líder da bancada na Câmara Federal, e do ex-diretor-geral da Itaipu Binacional, Jorge Samek, na festa de Ratinho Jr.

As cenas geraram urticárias na militância e nos dirigentes do PT, que preferem comer jiló a companhia do governo do Paraná.

O ex-governador e ex-senador Roberto Requião, por exemplo, já pistola com o partido por outros motivos, publicou uma foto em que o vice na sua chapa durante a disputa pelo Palácio Iguaçu, Jorge Samek, posa todo faceiro ao lado do adversário Ratinho Jr.

Logo após o segundo turno e vitória de Lula, já houve um ruído com a informação de que Samek frequentara o Palácio Iguaçu, sede do governo do estado, articulando sua volta ao comando da Itaipu Binacional. Ele ficou 13 anos no cargo nos governos Lula e Dilma. Na época, Samek negou que tivesse provando o queijo do adversário e que quisesse retornar à estatal de energia. No entanto, agora surge a foto publicada por Requião…

Da esquerda para a direita, Samek é o terceiro e Ratinho Jr. o quarto.

Já Zeca Dirceu, líder do PT na Câmara, era habitué no Palácio Iguaçu bem antes da eleição no primeiro turno. O pai dele, o ex-ministro José Dirceu, esteve com o governador do Paraná no curso da campanha eleitoral enquanto o partido apresentava o nome de Requião. Isso gerou indignados protestos do ex-governador, que, segundo ele, entrou na disputa “somente para ajudar Lula e derrotar a direita e a boçalidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)”. “Eu fui candidato sabendo da missão impossível de vencer”, recorda Requião em suas entrevistas, citando as pretéritas pesquisas de Marcos Coimbra, do Vox Populi.

Economia

No Show Rural de Ratinho Jr., em Cascavel, Zeca Dirceu aparece ao lado do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), enquanto a bancada federal paranaense da Federação Brasil Esperança – PT, PV e PCdoB – estava em Brasília, na quinta (09/02), participando de audiência com o ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB-AL), discutindo um tema caro para todos os paranaenses: o modelo de pedágio.

Possivelmente, essa crise política irá desembocar no PED (Processo de Eleições Diretas) do Partido dos Trabalhadores.

No caso do Paraná, o que está em jogo no PT é o seguinte: 1- oposição ferrenha a Ratinho Jr. e apresentação, nas eleições 2026, de chapa completa para concorrer aos cargos majoritários (governo do estado e Senado) e 2- aliança do PT com Ratinho Jr., haja vista que ele já foi reeleito e agora sonha com a vice ou disputa pela Presidência da República.

Os petistas críticos de Ratinho Jr. avaliam que dificilmente ele seria um player para o Palácio do Planalto e a tendência é que ele continue sendo um político regional, portanto, avaliam, o governador tendem apoiar um nome próprio para o Palácio Iguaçu – Beto Preto e Alexandre Curi, ambos do PSD, são tidos como certos – e Ratinho Jr. concorreria para uma das duas vagas ao Senado. Eis a bronca.

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