O que a Folha pensa [com a cabeça dos bancos e dos especuladores] sobre o governo Lula

A edição do jornal Folha de S.Paulo deste sábado, 15 de abril, com a cabeça dos banqueiros e dos especuladores, avalia os primeiros 100 dias de governo Lula e sua relação com o Congresso Nacional. O texto sugere que a velha mídia, que tem propriedade cruzada com o sistema financeiro, expressa a opinião de interesses rentistas ao invés de produção e emprego. O jornalão paulistano teme que o governo sofra derrotas e o Palácio do Planalto viva uma desarticulação política no Congresso.

Segundo a Folha, o Congresso começou a destravar a agenda do governo e deu claras demonstrações das dificuldades que o presidente Lula tem enfrentado para consolidar apoio político no Legislativo. Para a publicação, o Palácio do Planalto acumula uma série de revezes e derrotas tanto na Câmara quanto no Senado.

A Folha discute como o governo tem enfrentado desafios na mobilização de aliados para apoiar suas iniciativas, incluindo a convocação de comissões para expor os ministros de Lula e a estreita margem de votos necessária para conseguir a aprovação rápida do programa Mais Médicos. Outro exemplo dessas contestações foi a disputa pelo cargo de relator da medida que recria o programa “Minha Casa, Minha Vida“.

Enquanto alguns sugerem que esses desafios não indicam falta de apoio ao governo, muitos no Planalto acreditam que os episódios demonstram falhas na articulação política e no controle da agenda. Existe a preocupação de que, se essa situação não for resolvida, isso poderá dificultar a aprovação de projetos de lei considerados ‘prioritários para o governo‘ [SIC], como o novo marco fiscal e a reforma tributária, que, na verdade, são pautas dos bancos e seus associados.

A matéria ainda destaca que a mesma avaliação foi feita pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), em entrevista à GloboNews no dia 13 de abril. Ele disse que o Executivo precisa “melhorar sua máquina política” e “fazer as coisas acontecerem, para que sua base esteja bem lubrificada” quando forem votadas as leis econômicas.

Além disso, a velha mídia corporativa, que tem propriedade cruzada com bancos e fundos de investimentos, sem confessar explicitamente, teme perder espaço no Orçamento da União para o superbloco formado pelo presidente da Câmara cuja saciedade, tal qual dos banqueiros e especuladores, é impossível aplacar. É mais fácil tratar bode com milho do que os bancos e parlamentares com recursos do Tesouro, dizem agricultores do Sudoeste do Paraná. Esse tema já foi enfrentado pelo Blog do Esmael na quinta-feira (13/4).

Economia

No geral, a Folha destaca as dificuldades que o governo Lula enfrenta para consolidar o apoio no Congresso e as possíveis consequências dessas dificuldades para a agenda legislativa do governo. A rigor, o texto levanta questões importantes sobre o papel da mídia em refletir os interesses do setor financeiro e não os interesses mais amplos da sociedade.

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