Flávio Bolsonaro, o Zero Um, intermediou recursos do BNDES para importadora de vacina indiana Covaxin

A revista Veja publica nesta sexta-feira (26/5) que o senador Flávio Bolsonaro (Patriotas-RJ), filho do presidente da República, abriu as portas do BNDES para dono da Precisa Medicamentos, Francisco Maximiano. O Zero Um participou de videoconferência entre o presidente do banco público e o empresário que representa o laboratório indiano Barath Biontech, que produz a vacina Covaxin.

Segundo a reportagem da publicação da Abril, o filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro, escancarou as portas do governo em pelo menos uma ocasião para Francisco Maximiano, dono da Precisa Medicamentos, empresa que fechou o contrato de venda da vacina indiana Covaxin para o Ministério da Saúde. Em 13 de outubro de 2020, Flávio participou de uma videoconferência com o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano, de quem é amigo, e com Maximiano, que na ocasião representava formalmente outra das empresas dele, a Xis Internet Fibra. A reunião constou da agenda oficial do BNDES. Dela também participou Danilo Fiorini, descrito com “CEO” da Xis Internet Fibra. Conforme dados da Junta Comercial de São Paulo, Fiorini já foi dos quadros de diferentes empresas de Maximiano — entre elas, a própria Precisa.

“Conforme indica a publicação transparente da agenda no site do BNDES, o senador Flávio Bolsonaro participou da reunião”, confirmou a assessoria do BNDES.

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Zero Um, o senador Flávio Bolsonaro, jurou que não tem qualquer relação com o dono da Precisa, ressaltando que “tem apenas conhecidos em comum”.  “A tentativa de criar conexões entre o parlamentar e a empresa causa estranhamento e parece ser parte de um esforço para criar uma narrativa falsa”, disse o filho do presidente.

A Precisa se tornou o principal objeto de investigação da CPI da Covid desde que o deputado Luis Miranda (DEM-DF), apoiador declarado de Bolsonaro, afirmou que seu irmão Luis Ricardo, que era chefe de importação do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, sofreu pressão indevida de superiores para executar o contrato firmado com a empresa para compra de 20 milhões de doses de Covaxin, a um custo de 1,6 bilhão de reais. Miranda contou que foi com o irmão a uma audiência com o presidente da República, em 20 de março, quando os dois alertaram Bolsonaro das suspeitas de irregularidades. Uma delas seria o pedido de pagamento antecipado, o que não está previsto em contrato, para importar três lotes de vacina com data próxima do vencimento.

Barath Biontech nega irregularidades

O laboratório indiano Barath Biontech, em nota enviada ao Blog do Esmael, nega veementemente participação em irregularidades.

Economia

“Rejeitamos e negamos veementemente qualquer tipo de alegação ou implicação de qualquer irregularidade no que diz respeito ao fornecimento de COVAXIN.”

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