Como a velha mídia corporativa, escrava dos banqueiros, recebeu os nomes de Lula para a Economia

Fernando Haddad e Aloizio Mercadante dizem que irão trabalhar para colocar o pobre no orçamento e o rico no imposto

A indicação de Aloizio Mercadante para o BNDES e as primeiras declarações oficiais do novo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apontando para construção de uma política fiscal, são os principais assuntos na velha mídia corporativa nesta quarta-feira, 14 de dezembro. Os jornalões são escravos de banqueiros e por isso o diabólico mercado financeiro continua a desconfiar das intenções de Lula, inclusive das indicações de Gabriel Galipolo, mas gostou de Bernardo Appy para integrar a equipe de Haddad.

O novo czar da economia diz que vai reavaliar situação das receitas e não descarta elevar carga tributária. Na Folha, que é um banco, Appy escreveu que a reforma tributária precisa de sistema transparente. A Folha ainda destaca que ex-secretários de Flávio Dino — Marcellus Alves — e do próprio Haddad —Marcos Cruz — são cotados para comandar a Receita. A indicação de Mercadante é apontado pela velha mídia como responsável pela queda do Ibovespa e alta do dólar.

Eis as manchetes nos jornalões, que são a longa manus dos especuladores no mercado financeiro:

  • Folha: Mercadante chefiará BNDES; privatização acaba, diz Lula.
  • Estadão: Lula põe Mercadante no BNDES e Haddad define nomes técnicos.
  • O Globo: Haddad: “Você não fortalece o Estado por meio do descontrole”.
  • Valor: Mercadante vai para o BNDES e Fazenda terá Appy e Galípolo.

Em outro tema polêmico que deve desagradar hoje os agentes do mercado financeiro, a Câmara dos Deputados aprovou ontem à noite alteração na Lei das Estatais que libera as indicações políticas para empresas públicas.

O Globo destaca na capa da home: Câmara aprova a toque de caixa mudança na Lei das Estatais para viabilizar Mercadante no BNDES. E continua: “Proposta também facilita nomeações políticas para a Petrobras”.

Economia

O fato de Lula ter indicado Mercadante para o BNDES é vinculado erroneamente pela velha mídia à decisão da Câmara e isso sinalizaria uma demonstração de força do governo. Mas o fato é que a iniciativa partiu do Centrão, que quer reocupar as estatais com políticos profissionais — inclusive nos estados e municípios.

O texto foi aprovado em votação relâmpago. Hoje, lei veda indicação de quem atuou, nos últimos 3 anos, em campanha eleitoral.

A economista Elena Landau, ex-secretária de privatização no governo FHC, surge no Globo criticando: ‘Já começa atropelando a Lei das Estatais’; ela foi coordenadora da campanha presidencial de Simone Tebet (MDB) nas eleições 2022.

Nunca é demais recordar: a velha mídia foi sócia do golpe que derrubou Dilma Rousseff, prendeu Lula e elegeu Bolsonaro em 2018; eles removeram o PT para surrupiar o petróleo e as estatais de energia – novo fetiche dos banqueiros.

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