O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, ordenou que o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência entregue as imagens das câmeras de segurança do Palácio do Planalto do dia 8 de janeiro, quando ocorreram atos golpistas.
O sigilo das gravações foi derrubado e a Polícia Federal foi instruída a coletar depoimentos de todos os servidores do GSI que aparecem nas imagens.
A investigação não se restringe apenas aos indivíduos que pretendiam causar ruptura do Estado Democrático de Direito, mas também a todos aqueles que foram coniventes ou deixaram de exercer suas atribuições legais.
Depoimento de G. Dias
Nesta sexta-feira (21/4), general Gonçalves Dias, ex-ministro-chefe do GSI, prestou depoimento à Polícia Federal por quase cinco horas, após imagens da CNN Brasil mostrarem o militar circulando nas dependências do Palácio do Planalto.
Em entrevista ao site Metrópoles, o ex-ministro negou qualquer envolvimento nos atos e afirmou confiança nas investigações da Polícia Federal e na Justiça.
As investigações em torno dos atos golpistas em 8 de janeiro continuam e as imagens do Palácio do Planalto podem ser fundamentais para apurar a conduta de servidores do GSI naquela data.
“Chama o Cappelli”
O presidente Lula solicitou a identificação e responsabilização dos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro por meio de uma “raio-X” na estrutura do GSI. Após convidar Ricardo Cappelli para assumir interinamente o GSI, as novas dispensas de militares do órgão devem ser lideradas por ele.
A Presidência da República deseja saber quais militares ainda estão alinhados com a gestão bolsonarista para que sejam dispensados.
Futuro do GSI
O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) afirmou que cabe a Lula estudar e definir sobre uma eventual reformulação na estrutura do GSI, que poderia perder o status de ministério e tornar-se uma secretaria especial.
A demissão do general Gonçalves Dias do GSI é considerada uma boa medida pelo ministro da Defesa, José Múcio. Segundo ele, Dias não estava confortável desde os atos de 8 de janeiro e a situação piorou com o recente vazamento de fitas.
Múcio também se posicionou contra a extinção do GSI e defendeu a manutenção de um militar no comando da pasta.
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A imediata prisão do general frouxo seria uma medida profilática contra a covardia e omissão.