A Folha de S. Paulo escreve editorial deste sábado que eles [bolsonaristas] são apenas 32%, de apoio sólido ao presidente, mas que há um espaço limitado para diatribes de Jair Bolsonaro (sem partido). Por óbvio, o jornalão se refere à pesquisa Datafolha que foca nas questões morais, portanto políticas.
Em um dos levantamentos do instituto mediu-se o tamanho da burrice do presidente da República e a comparou com a dos petistas. Mais patetice do que isso é quase possível de existir, porém, confessemos, não deixa de ser engraçado.
O interessante é que esse discurso moral da velha mídia capitaneada pela Folha, Estadão e Globo tem arrastado parte da esquerda desavisada e o dito centro representado pela tal “frente ampla”. São setores iludidos com a tese segunda qual o problema do Brasil chama-se Bolsonaro, pessoa física, com CPF, e não a política econômica de Paulo Guedes, apoiada pelos barões da mídia.
O Datafolha anotou ontem que 32% dos brasileiros aprovam o desempenho de Bolsonaro, 44% o reprovam e 23% o consideram regular. Os números são semelhantes aos encontrados no fim de maio, qual seja, o aspecto moral ficou congelado.
Vou recorrer a uma análise do deputado Marcelo Freixo (PSOL-RJ) que disse sermos 70%, mas que somos 20% de um lado e 20% do outro –um quadro de divisão dos anti-bolsonaristas, portanto.
Nessa matemática moral dificilmente teremos maioria, no entanto, pela questão do projeto, da economia, poderíamos juntarmos os 70% e, quiçá, chegarmos facilmente aos 80%.
Se setores da oposição e de centro seguirem como “camarão”, que são levados pelas ondas do mar, dificilmente conseguirão apresentar um projeto alternativo de governo e de nação. Serão arrastados pelos interesses do grande capital e da burguesia paulistana.
Já passou da hora de os oposicionistas de verdade darem um grito de independência das fake news da velha mídia e pensar por sua própria conta e risco. Deveriam aproveitar melhor as lives (transmissões online) para expor seus pensamentos mais íntimos e verdadeiros.
A discussão moral sobre Bolsonaro virou um fetiche de setores da velha mídia e uma armadilha para os brasileiros que sonham um país com desenvolvimento, crescimento econômico, produção, emprego, renda e conforto.
O tema que realmente interessa tem passado ao largo da mídia, que distrai até os setores mais consequentes da sociedade.
Bolsonaro e seu ministro Paulo Guedes, por exemplo, desgraçaram a economia e enfiaram o Brasil na depressão econômica antes mesmo da pandemia de coronavírus. Ambos empurraram o país, com a ajuda da velha mídia, nos maiores índice de desemprego do planeta, aprofundaram a pobreza e a miséria, precarizaram o trabalho e arrocharam os salários, eliminaram direitos como aposentadoria, 13º salário, uberizaram a pátria, privilegiaram bancos e especuladores com o Orçamento da União em detrimento do povo.
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Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.