Nas últimas horas, repórteres do Estadão foram agredidos em São Sebastião, Litoral Norte de São Paulo, enquanto cobriam o drama provocado pelas chuvas que ceifaram 48 vidas, deixou desaparecidos e outros dezenas de feridos. Os jornalistas do veículo de comunicação foram xingados e o Estadão chamado de “comunista” e “esquerdista” por moradores de um condomínio de luxo no balneário. Fica aqui registrado a solidariedade do Blog do Esmael com esses profissionais de imprensa.
Dito isso, chamou a atenção nesta quarta-feira de cinzas o editorial do jornalão paulistano que pedem “mais Lula” no programa habitacional Minha Casa Minha Vida interrompido pelo antigo governo de Jair Bolsonaro (PL).
O editorial do Estadão critica o governo Bolsonaro por ter abandonado as famílias mais pobres atendidas pelo programa habitacional Minha Casa Minha Vida, chamando a atenção para a importância de retomar essa faixa mais vulnerável da população e evitar os erros cometidos no passado, como construir casas distantes do centro e entregá-las em más condições.
A publicação destaca que a pandemia agravou ainda mais o déficit habitacional no Brasil e que o relançamento do programa é uma oportunidade para corrigir os problemas do passado e garantir que os mais pobres tenham acesso a moradia digna.
O texto reflete o pensamento médio progressista e antineoliberal ao defender a importância do papel do Estado na promoção do acesso à moradia e na garantia de dignidade às pessoas mais vulneráveis da sociedade.
O Estadão critica ainda a política de cortes de gastos do governo Bolsonaro, que prejudicou programas sociais importantes como o Minha Casa Minha Vida, em detrimento de outras iniciativas questionáveis.
Além disso, o editoril do jornal destaca a necessidade de uma coordenação entre governo federal e municípios para enfrentar o déficit habitacional de forma mais ampla.
Na segunda-feira (20/2), durante visita ao litoral Norte de SP, Lula ressaltou a necessidade de resgatar a dignidade das pessoas mais vulneráveis, que perderam as casas em função de habitarem regiões inseguras, muitas vezes de encostas, e reafirmou a disposição do governo federal de ajudar a resolver o problema de déficit habitacional para pessoas em maior condição de vulnerabilidade.
“Eu às vezes vejo na televisão lugares em que houve desabamento e que já passaram, cinco, seis, sete anos e não foi resolvido o problema habitacional. Dessa vez, prefeito, você vai ter certeza de que o programa de construção de casas para pessoas que perderam suas casas vai acontecer de verdade. Você só tem de arrumar um terreno mais seguro para que a gente possa dizer para as pessoas: ‘vocês vão voltar a ter um ninho de vocês, para cuidar das famílias de vocês’”, disse Lula, citando a retomada do Minha Casa Minha Vida.
O programa habitacional do governo federal tem a meta de contratar até 2 milhões de moradias até o fim de 2026.
Nesse sentido, o Estadão “comunista” e “esquerdista” está alinhado com o governo Lula.
LEIA TAMBÉM
- Minha Casa, Minha Vida: Lula assina medida provisória para retomar programa habitacional
- População em situação de rua aumentou 38% no governo Bolsonaro, diz Ipea
- Águas de fevereiro: Dobradinha entre Lula e Tarcísio gera ciúmes em bolsonaristas
- Litoral Norte SP: Caminhonetes com doações para vítimas de deslizamento são saqueadas por supostos criminosos, diz Tarcísio Freitas
- Déjà vu: 4 milhões moram em áreas de risco em todo o País, alerta Defesa Civil
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.