O Brasil poderá permanecer em modo “déjà vu”, qual seja, assistir a repetição de tragédias como a de São Sebastião (SP) e de outras regiões. Segundo a Defesa Civil, cerca de 4 milhões de pessoas moram em áreas de risco em todo o País. Portanto, a continuar esse estado de coisas, novos dilúvios poderão levar mais vidas a qualquer momento. É questão de tempo. Tic-tac.
Segundo o ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, a Defesa Civil Nacional já identificou cerca de 14 mil áreas de alto risco de desastres no Brasil, onde vivem cerca de quatro milhões de pessoas.
Déjà vu é uma expressão francesa que significa “já visto” e se refere a uma sensação de familiaridade com uma situação, lugar ou pessoa que nunca foi encontrada antes. É um fenômeno psicológico que muitas pessoas [expectadores] já experimentaram em algum momento de suas vidas. Porém, ele é um fenômeno bastante real para as 4 milhões que moram nas encostas e morros em todo o País.
Voltemos ao caso concreto.
A recente tragédia causada pelas fortes chuvas no litoral norte de São Paulo, onde pelo menos 48 pessoas morreram, 40 estão desaparecidas, 23 ficaram feridas e milhares ficaram desabrigadas.
O ministro Waldez Góes destacou a resistência da população em acreditar nos alertas, apesar do sistema de Defesa Civil bem estruturado e organizado no Brasil.
A expectativa é de que os próximos dias sejam tensos, com previsão de mais chuvas na região afetada.
Atualmente, o governo federal está focado no atendimento aos municípios de São Sebastião, Ilhabela, Ubatuba, Carapicuíba, Bertioga e Guarujá.
Os municípios afetados também estão trabalhando em planos para restaurar a normalidade e reconstrução, e o governo está pronto para fornecer apoio financeiro assim que os planos forem desenvolvidos.
O ministro enfatizou o compromisso do governo com uma abordagem integrada e trabalhando com os municípios afetados para prestar assistência, inclusive priorizando programas habitacionais como Minha Casa, Minha Vida nas áreas afetadas.
Para que o poder público retire o Brasil do modo “déjà vu” é preciso um choque de capitalismo, onde haja emprego e salário para as populações em situação de risco – redução da taxa de juros para garantir crédito e poder de compra das camadas mais vulneráveis. Além disso, a presença do Estado com programas sociais é fundamental nessa estratégia.
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Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.