Veja como foram os 17 primeiros dias de bolsonaristas na prisão por ataques antidemocráticos

Relatório expõe pedidos de bolsonaristas presos por ataques terroristas no último dia 8 de janeiro

Um relatório de 71 páginas produzido pela Defensoria Pública após visitas aos presos pelos atentados antidemocráticos mostra detalhes das celas bolsonaristas. Os detentos reclamaram da comida, pediram dieta sem glúten e lactose, acharam os cobertores finos demais e foram obrigados a usar vasos sanitários sem porta ou qualquer privacidade. Eles estão privados de liberdade há 17 dias.

O documento foi elaborado em conjunto pela Defensoria Pública da União (DPU), Defensoria Pública do Distrito Federal (DPDF) e pelo Mecanismo Nacional de Prevenção à Tortura (MNPCT), com base em vistorias ocorridas nas prisões que receberam criminosos envolvidos nos ataques aos prédios na Praça dos Três Poderes ou estavam no acampamento montado em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília.

Relatórios também mostraram que havia um bolsonarista com Covid participando dos atos de invasão e depredação. Os registros analisados no dia 10 de janeiro, dois dias após os crimes, concluem ainda que 97% das pessoas que chegaram ao sistema prisional não eram do DF. O relatório também aponta que havia uma cela só com idosos, “muitos militares”, como oficiais da Marinha, e policiais de outros estados.

Além disso, um preso chamou atenção por estar com um cofre que guardava uma arma na hora em que chegou à unidade prisional. Ele é policial civil aposentado. Outro estava com R$ 3 mil em espécie. A arma, o dinheiro e o cofre foram apreendidos pela Polícia Penal.

Nenhum dos bolsonaristas se declarou como parte do grupo LGBTQIA+, mas, por causa das novas prisioneiras, as mulheres trans que já estavam detidas na Colmeia tiveram de ser transferidas de um bloco específico para celas destinadas às visitas íntimas. Isso gerou prejuízo a elas, causando desconforto e dificuldade.

Economia

O sucesso no encarceramento em massa de bolsonaristas que atentataram contra o Estado Democrático de Direito se deu, em parte, graças à parceria entre o Supremo Tribunal Federal (STF), por meio do ministro Alexandre de Moraes, e o interventor federal do presidente Lula no Distrito Federal, Ricardo Cappelli, responsável pela segurança pública em Brasília ao menos até o próximo dia 31 de janeiro.

De acordo com o interventor Cappelli, entre as 1.030 pessoas que seguem presas em Brasília, 658 são homens e estão na Papuda; esses bolsonaristas presos aumentaram em 10% a população carcerária no Distrito Federal.

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