Partido de Bolsonaro acusa Moro de abuso de poder econômico e uso de caixa dois

O PL (Partido Liberal) disse à Justiça que o ex-juiz Sérgio Moro (União Brasil) cometeu abuso de poder econômico e se beneficiou de caixa dois na disputa que o elegeu ao Senado pelo Paraná no ano passado. As afirmações constam do processo no qual o partido do ex-presidente Jair Bolsonaro pede a cassação do mandato de Moro.

O processo foi aberto no dia 23 de novembro do ano passado, mas estava sob segredo de Justiça. O sigilo foi revogado no dia 17 de janeiro pelo desembargador Mário Helton Jorge, relator do processo no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná. Você soube dessa informação pelo Blog do Esmael no dia 7 de dezembro.

O PL afirmou que o “abuso de poder econômico” gerou um “desequilíbrio” na disputa eleitoral ao Senado que “fulminou a legitimidade do resultado”. O ex-juiz recebeu cerca de 1,9 milhão de votos (33,5%). O segundo colocado foi Paulo Martins, do PL, com cerca de 1,7 milhão de votos (29,1%).

Na acusação, o PL citou que Moro, antes de anunciar que concorreria ao Senado pelo União Brasil, foi pré-candidato a presidente pelo Podemos. Segundo o partido, no entanto, essa pré-candidatura foi apenas um “estratagema pernicioso” para ele poder driblar a legislação e o teto de gastos da disputa ao Senado, desde sempre sua “verdadeira” intenção.

O irônico nisso tudo é que Moro, no segundo turno, foi o principal assistente de Bolsonaro nos debates televisivos contra Lula – o que confirma a falta de gratidão do ex-presidente e dos bolsonaristas com o ex-juiz da Lava Jato.

O PL, partido de Bolsonaro, quer provocar uma nova eleição para o Senado, haja vista que essa possibilidade está prevista quando o cassado não cumpriu 50% do mandato.

Economia

Na verdade, Moro sequer assumiu o cargo. A posse ainda será no próximo dia 1º de fevereiro de 2023.

Em 2019, o TRE-MT cassou por unanimidade o mandato da então senadora juíza Selma Arruda (PODE) – conhecida como “Moro de Saias” – por suposto uso de caixa 2 nas eleições de 2018.

Na época, o tribunal eleitoral matogrossense também tornou inelegíveis seus dois suplentes.

Portanto, se realizou uma nova eleição suplementar para o Senado em 2020.

A vaga no Senado ficou com o candidato Carlos Fávaro, do PSD, hoje ministro da Agricultura no governo Lula.

LEIA TAMBÉM