Polícia Federal desvenda esquema de desvio de cotas parlamentares do PL

A Polícia Federal deflagrou operação nesta sexta-feira (19) contra um esquema de desvio de cotas parlamentares e cumpriu mandados de busca e apreensão contra deputados federais do PL, entre eles o líder da sigla na Câmara, Sóstenes Cavalcante, e o deputado Carlos Jordy, ambos do Rio de Janeiro. A apuração aponta uso de empresas de fachada, incluindo uma locadora de veículos, para desviar recursos públicos.

A ação é um desdobramento da operação Rent a Car, aberta a partir de investigações sobre assessores parlamentares. Mensagens de celular, depoimentos e quebras de sigilo levaram aos indícios contra os parlamentares. Segundo a PF, agentes políticos, servidores comissionados e particulares teriam atuado de forma coordenada para o desvio e posterior ocultação de verba pública.

Foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão no Distrito Federal e no Rio de Janeiro, por ordem do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal. Os crimes investigados incluem peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa. As diligências não ocorreram nos gabinetes parlamentares em Brasília.

A cota parlamentar é um valor mensal pago com recursos do Orçamento para despesas ligadas ao exercício do mandato, como passagens aéreas, hospedagem, manutenção de escritório e aluguel de veículos. É um recurso adicional ao salário.

O deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), eleito em 2022 para o terceiro mandato e escolhido líder do partido em fevereiro deste ano, passou a ser um dos principais porta-vozes da direita no Congresso.

Já o deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ) confirmou ser alvo da operação e afirmou, em vídeo, que sofre perseguição política. Ele negou irregularidades e disse que a empresa citada é utilizada desde o início do mandato. Jordy afirmou ainda que mandados foram cumpridos em endereços de familiares.

No ano passado, o STF havia negado pedido de buscas contra os próprios parlamentares após manifestação contrária da Procuradoria-Geral da República. Com o material colhido junto a assessores, Flávio Dino autorizou agora a ofensiva contra os deputados.

O caso se soma ao debate mais amplo sobre controle e transparência no uso de recursos públicos no Legislativo. Em decisões recentes, o STF tem cobrado rastreabilidade de emendas e endurecido o cerco a mecanismos opacos de distribuição de verbas.

A defesa dos parlamentares não apresentou manifestação formal até a publicação. A PF informou que as investigações continuam.

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