Milhares de operários mortos durante as obras da Copa – ao menos 6.500, comprovados, a maioria de origem asiática; repressão sistemática aos jornalistas, militantes e ativistas dos direitos humanos; a discriminação e perseguição odiosa às mulheres e gays; proibição e censura de ideias, valores democráticos e dos novos direitos civis; proibição da atividade sindical, do direito de greve e condições brutalizadas de trabalho.
Bem-vindo ao Catar! Um pequeno e rico emirado governado pela Casa de Thani, desde meados do século XIX, com mão de ferro e preconceitos obscurantistas, um estado medieval e brutalmente autocrático.
Não é preciso maiores explicações para entender a escolha da FIFA (uma organização criminosa que regula os negócios gerados pelo futebol), que sempre foi questionada desde o início.
Protestos foram programados em diversos países denunciando os crimes do regime de terror do Catar.
Como nas Olimpíadas de 1936, na Alemanha nazista, o reinado absolutista do Catar vai tentar maquiar os aspectos mais repressivos, odiosos, e grotescos do regime.
Nos próximos dias, bilhões de pessoas acompanharão as partidas, torcendo pela seleção dos seus países e ídolos. É a face mais visível e glamourosa do espetáculo — da modalidade esportiva mais popular do planeta. Mas, no Catar, a Copa do Mundo de Futebol já começa marcada pelo sangue e o reinado de terror.
E, mais uma vez, fica a pergunta: Copa pra quem?
Milton Alves jornalista e escritor. É o autor dos livros ‘A Política Além da Notícia e a Guerra Declarada Contra Lula e o PT’ (2019), ‘A Saída é pela Esquerda’ (2020), ‘Lava Jato, uma conspiração contra o Brasil’ (2021) e de ‘Brasil Sem Máscara – o governo Bolsonaro e a destruição do país‘ (2022) – com lançamento marcado nesta quinta-feira (13/10) — todos pela Kotter Editorial. É militante do Partido dos Trabalhadores (PT), em Curitiba.
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