Lula considera exigências da UE para acordo com Mercosul uma “ameaça”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez duras críticas às exigências apresentadas pela União Europeia (UE) para a conclusão de um acordo com o Mercosul durante sua participação na Cúpula para um Novo Pacto Financeiro Global, em Paris. Lula afirmou que as exigências são uma “ameaça” e ressaltou a necessidade de tornar os acordos comerciais mais justos.

Em seu discurso, Lula destacou a importância da parceria estratégica entre o Mercosul e a União Europeia, mas questionou a carta adicional apresentada pela UE, que impede a concretização do acordo. O presidente brasileiro ressaltou que é preciso iniciar uma discussão para resolver esse impasse.

Lula também enfatizou a construção da União Europeia como um patrimônio democrático da humanidade e expressou o desejo de ver a América do Sul alcançar um modelo semelhante. Além disso, defendeu a necessidade de criar novos blocos para negociar com a UE e propôs uma revisão no funcionamento do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI), buscando maior participação e diversidade nas direções dessas instituições.

Outro ponto abordado pelo presidente brasileiro foi a questão climática e a proteção das florestas. Lula reforçou o compromisso do Brasil em acabar com o desmatamento até 2030 e convocou os países a debaterem seriamente as mudanças climáticas e o combate à desigualdade. Ele anunciou a realização de um grande encontro com os presidentes dos países sul-americanos que compõem a Amazônia, a fim de elaborar propostas para a Conferência das Partes (COP) nos Emirados Árabes.

Além disso, Lula ressaltou a necessidade de combater a desigualdade, destacando que a concentração de riqueza nas mãos de poucos é um problema que precisa ser enfrentado. O presidente brasileiro citou dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) sobre a fome no mundo e questionou como é possível acabar com esse problema sem discutir a desigualdade.

No encerramento de seu discurso, Lula agradeceu ao presidente francês Emmanuel Macron pela reunião e afirmou estar preparado para lutar nos próximos três anos em que presidirá o Brasil.

Economia

As declarações de Lula sobre as exigências da UE para o acordo com o Mercosul geraram repercussão, uma vez que o acordo entre os dois blocos está em fase de revisão. O presidente brasileiro manifestou sua disposição em discutir as condições do acordo e buscar um modelo mais equilibrado, priorizando os interesses da indústria brasileira.

Lula criticou a posição protecionista da União Europeia e afirmou que a UE deveria abandonar essa postura se quiser chegar a um acordo comercial com o Mercosul. Lula argumentou que é importante que todos os países abandonem o protecionismo para construir a possibilidade de um acordo que melhore a situação da União Europeia e da América do Sul.

Lula expressou sua insatisfação com a carta adicional apresentada pela UE, que impunha obrigações e sanções relacionadas ao cumprimento do Acordo de Paris. Ele considerou essa abordagem inaceitável e destacou a necessidade de confiança mútua entre as partes envolvidas. Lula também chamou a atenção para a sensibilidade e a humildade que os países da UE deveriam demonstrar nas negociações.

Durante sua viagem à Europa, Lula tinha a expectativa de discutir o acordo comercial entre o Mercosul e a UE com o presidente francês Emmanuel Macron, abordando as posições “difíceis” adotadas pela França em relação ao acordo. Lula manifestou sua preocupação com a resolução aprovada pela Assembleia Nacional Francesa contra a aprovação do acordo, argumentando que a parceria estratégica entre os dois blocos não deveria ser ameaçada por ameaças mútuas.

A União Europeia está aguardando a resposta do Mercosul em relação à proposta de anexar compromissos de sustentabilidade e combate às mudanças climáticas ao acordo. Tanto a UE quanto o Brasil esperam finalizar o acordo até o final deste ano.

Lula reafirmou seu compromisso em combater o desmatamento na Amazônia e apresentou propostas para a proteção das florestas e o combate às mudanças climáticas. Ele destacou a necessidade de buscar soluções conjuntas para essas questões, envolvendo não apenas o Brasil, mas também outros países sul-americanos.

Em resumo, a postura de Lula em relação ao acordo Mercosul-UE envolve críticas às exigências da UE, defesa da necessidade de abandonar o protecionismo, busca por confiança mútua e discussão de propostas para questões ambientais. Lula espera encontrar uma solução equilibrada que beneficie tanto a UE quanto os países sul-americanos envolvidos no acordo.

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