Grupos minoritários do PT insistem em candidatura própria em Curitiba

Na efervescência política que permeia o Partido dos Trabalhadores (PT), o debate sobre a estratégia eleitoral em Curitiba ganha destaque. Após a decisão da Construindo um Novo Brasil (CNB) aprovar, por unanimidade, a tese da frente ampla na disputa pela Prefeitura de Curitiba, grupos minoritários na legenda persistem na defesa da candidatura própria. Este embate político ganha relevância, sobretudo, em um contexto nacional marcado por orientações de Lula e a busca por palanques amplos.

A frente ampla tende a ser liderada pelo deputado Luciano Ducci (PSB), no entanto, também luta pela mesma condição o deputado Goura Nataraj (PDT), que selou um acordo com o colega socialista de marcharem juntos na mesma coalização eleitoral.

A CNB, liderada por figuras como Luiz Inácio Lula da Silva, Gleisi Hoffmann, Arilson Chiorato e Zeca Dirceu optou por apoiar candidaturas amplas, abrindo espaço para alianças estratégicas nas eleições de 2024. O direcionamento nacional do partido evidencia a priorização de palanques sólidos em capitais e grandes cidades, mesmo que isso implique abrir mão da cabeça de chapa.

No cenário paulistano, exemplifica-se essa postura com a escolha de Guilherme Boulos (PSOL) como líder da campanha, tendo Marta Suplicy como vice, uma readmissão marcante nas fileiras do PT. Esta estratégia, entretanto, não é unanimidade dentro do partido e levanta questionamentos sobre a legitimidade do processo.

Nos bastidores do PT curitibano, ecoa o direito ao “jus sperniandi” dos grupos minoritários – Militância Socialista, Democracia Socialista, Articulação de Esquerda, O Trabalho e Base e Luta. Em uma reunião marcada para a noite desta sexta-feria (16/2), essas tendências internas convocam a militância petista para debater a relevância de uma candidatura própria.

A crítica principal reside na antecipação da discussão sobre nomes e candidaturas sem a definição de um programa de governo para a capital paranaense. Defensores da frente ampla argumentam que este método pode comprometer a unidade partidária e a construção de uma base sólida para a reeleição de Lula em 2026.

Economia

A convocação dos grupos minoritários do PT de Curitiba para a reunião aberta destaca a defesa da candidatura própria como uma resistência ao projeto elitista e excludente que, segundo eles, persiste nas mãos dos mesmos responsáveis pela destituição de Dilma da presidência e pela prisão de Lula.

No entanto, o campo majoritário, liderado pela CNB, contra-argumenta questionando qual o programa dos minoritários. “E se o Ducci acatar a íntegra de um programa do PT?”, questiona o advogado Luiz Carlos Rocha, o Rochinha, adepto da frente ampla em Curitiba.

O principal líder público dos que defendem candidatura própria na capital, contestando as direções estadual e nacional do PT, é jornalista e escritor Milton Alves, conhecido ativista social na capital de todos os paranaenses. Ele é um dos mais enfáticos críticos à frente ampla.

Segundo ele, o apelo é para um debate que fortaleça a luta contra os governos golpistas nas ruas e nas urnas.

O evento, agendado para hoje à noite, às 19h, na sede do PT Paraná, de acordo com Milton Alves, busca unir os que verdadeiramente buscam um fim aos governos golpistas, promovendo a reflexão e a mobilização em prol de uma candidatura representativa.

O embate entre a tendência majoritária da CNB e os grupos minoritários do PT em Curitiba evidencia as divergências estratégicas dentro do partido.

Enquanto a CNB busca consolidar alianças amplas, os grupos minoritários defendem a importância de uma candidatura própria como resistência a um projeto elitista – como as tendências internas frisam.

O desafio do PT em equilibrar essas forças internas e construir uma estratégia sólida para as eleições de 2024 reflete a complexidade do cenário político nacional, bem como o tabuleiro local.

O Blog do Esmael segue atento às movimentações internas do PT, que começou a construir uma frente ampla nas capitais brasileiras, no entanto, democraticamente, o partido homenageia a divergência em seus fóruns a exemplo de reuniões como esta de hoje em Curitiba.

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A CNB tem como próceres o presidente Luiz Inácio Lula da Silva; Gleisi Hoffmann, presidenta nacional da sigla; o deputado Zeca Dirceu; Arilson Chiorato, deputado e presidente estadual do PT no Paraná; dentre outros.

Lula ordenou nacionalmente que o PT articule palanques amplos nas capitais e grandes cidades, mesmo que isso signifique abrir mão da cabeça de chapa. Exemplo desse arranjo é São Paulo, onde os petistas marcharão nas eleições de outubro sob a liderança do deputado Guilherme Boulos, que terá como vice Marta Suplicy, readmitida nas fileiras do PT.

Em apertada síntese, o diretório nacional do PT recebeu a carta branca para vocacionar a tática de alianças eleitorais nas eleições 2024, bem como às direções regionais, porém, com direito a recurso à instância maior na agremiação.

Defensores da frente ampla criticam o método de discurtir nomes e candidaturas próprias, como quer os minoritários, antes mesmo de um programa de governo para a capital paranaense.

Além disso, o campo majoritário, agrupado na CNB, apoia-se na construção desde já em uma frente ampla para sustentar o palanque de reeleição do presidente Lula em 2026.

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2 Respostas para “Grupos minoritários do PT insistem em candidatura própria em Curitiba”

  1. Esse povinho das correntes minoritárias do PT não aprende mesmo, nem com a história. No passado recentíssimo, a FEDERAÇÂO PT-PCdoB-PV, com a candidatura de Lula, foi vitoriosa porque se conseguiu formar FRENTE amplíssima contra o fascismo do JMB inelegível. Sem isso, o genocida venceria. Quem hoje, NO PT, defende candidatura própria DO PT, se esquece:
    – do passado recente da disputa de 2022;
    – que Curitiba deu ampla vitória ao fascismo da chapa de JMB em 2022;
    – que o PT hoje está dentro de uma FEDERAÇÃO de partidos, e que, embora sendo o maior partido na Federação, não pode decidir sozinho, ignorando posições dos outros dois partidos;
    – que o esquerdismo raramente vence pleitos eleitorais, e só serve pra marcar posição;
    – que o sr. Milton Alves, egresso do PCdoB, e hoje no PT, esqueceu as lições de leninismo.

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