Deu no New York Times: Brasil não vai fornecer armas a Kiev, apesar da pressão de Washington

De acordo com o The New York Times, durante uma reunião na Casa Branca sobre a cooperação entre os Estados Unidos e o Brasil, os líderes dos dois países discutiram sobre o conflito na Ucrânia. Embora o presidente dos EUA, Joe Biden, tenha pressionado o Brasil a fornecer armas a Kiev, o novo presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, se recusou a fazê-lo, buscando manter a neutralidade.

Lula condenou anteriormente a entrada de tropas russas na Ucrânia, mas também culpou o presidente ucraniano Vladimir Zelensky e a OTAN pelo conflito. Em vez de fornecer armas, ele quer promover a paz. Segundo o artigo, Lula se recusou a se envolver no conflito e disse: “Não quero me juntar a este conflito. Quero acabar com isso.”

A posição do Brasil no conflito ucraniano é complicada por sua dependência de fertilizantes russos, que representam cerca de um quarto de suas importações. Antes da reunião com Biden, Lula disse que gostaria de formar um grupo de países para negociações de paz.

Lula: sou da paz

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou em uma entrevista à CNN, nos Estados Unidos, que não irá enviar munições para o conflito entre a Rússia e a Ucrânia, pois isso seria o mesmo que entrar na guerra. Em vez disso, Lula declarou que trabalhará para construir um caminho para pacificação no cenário global.

O mandatário brasileiro afirmou à emissora americana estar comprometido com a democracia e que é preciso que alguém fale sobre paz entre as duas nações.

Lula também falou sobre o papel da democracia e os efeitos da divisão política com o crescimento da extrema direita no mundo.

Economia

Quando perguntado sobre a extradição do ex-presidente Jair Bolsonaro, Lula afirmou que só falaria sobre isso caso o presidente americano Joe Biden abordasse o assunto.

Declaração conjunta após o encontro entre o presidente  Biden e o presidente Lula

Hoje, o presidente Joseph R. Biden Jr. dos Estados Unidos e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva da República Federativa do Brasil se encontraram em Washington, DC Durante a reunião, os dois líderes reafirmaram a natureza vital e duradoura do relacionamento EUA-Brasil e destacou que o fortalecimento da democracia, a promoção do respeito aos direitos humanos e o enfrentamento da crise climática permanecem no centro de sua agenda comum. 
 
Como líderes das duas maiores democracias das Américas, o presidente Biden e o presidente Lula se comprometeram a trabalhar juntos para fortalecer as instituições democráticas e deram as boas-vindas à segunda Cúpula pela Democracia, a ser realizada em março de 2023. Ambos os líderes observaram que continuam a rejeitar o extremismo e a violência na política , condenou o discurso de ódio e reafirmou sua intenção de construir resiliência social à desinformação e concordou em trabalhar juntos nessas questões. Eles discutiram objetivos comuns de avançar na agenda de direitos humanos por meio da cooperação e coordenação em questões como inclusão social e direitos trabalhistas, igualdade de gênero, equidade e justiça racial e proteção dos direitos das pessoas LGBTQI+. Eles também se comprometeram a revigorar os EUA
 
Ambos os líderes estão determinados a dar prioridade urgente à mudança climática, ao desenvolvimento sustentável e à transição energética. Eles reconhecem o papel de liderança que o Brasil e os Estados Unidos podem desempenhar na cooperação bilateral e multilateral, inclusive no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) e do Acordo de Paris. Os presidentes Biden e Lula relembraram a Iniciativa Conjunta sobre Mudanças Climáticas estabelecida em 2015, que criou o Grupo de Trabalho Estados Unidos-Brasil sobre Mudanças Climáticas (CCWG) de alto nível. Eles decidiram instruir o CCWG a se reunir o mais cedo possível para discutir áreas de cooperação, como combate ao desmatamento e degradação, melhoria da bioeconomia, reforço da implantação de energia limpa, fortalecimento de ações de adaptação e promoção de práticas agrícolas de baixo carbono. Como parte desses esforços, os Estados Unidos anunciaram sua intenção de trabalhar com o Congresso para fornecer fundos para programas de proteção e conservação da Amazônia brasileira, incluindo o apoio inicial ao Fundo Amazônia, e para alavancar investimentos nessa região crítica. Os líderes também expressaram sua determinação em combater a fome e a pobreza, aumentar a segurança alimentar global, promover o comércio e remover barreiras, promover a cooperação econômica e fortalecer a paz e a segurança internacionais. 
 
Eles também discutiram seu interesse em intensificar a cooperação bilateral em áreas como comércio e investimento, energia, saúde, ciência, tecnologia e inovação, defesa, educação e cultura e assuntos consulares, por meio de uma abordagem orientada para resultados que beneficie ambas as sociedades. Reconhecendo a importância da resiliência da cadeia de suprimentos, especialmente na atual conjuntura global, eles se comprometeram a continuar a cooperação neste campo com diálogos público-privados focados.  
 
Os dois líderes também discutiram uma ampla gama de questões globais e regionais de interesse mútuo. Eles lamentaram a violação da integridade territorial da Ucrânia pela Rússia e a anexação de partes de seu território como violações flagrantes do direito internacional e pediram uma paz justa e duradoura. Eles expressaram preocupação com os efeitos globais do conflito na segurança alimentar e energética, especialmente nas regiões mais pobres do planeta e expressaram apoio ao pleno funcionamento da Iniciativa dos Grãos do Mar Negro. O Presidente Biden e o Presidente Lula afirmaram sua intenção de fortalecer a cooperação em instituições multilaterais, particularmente no contexto da próxima presidência brasileira do G20. Os dois líderes expressaram sua intenção de trabalhar juntos em direção a uma reforma significativa do Conselho de Segurança das Nações Unidas,
 
O Presidente Lula convidou o Presidente Biden para visitar o Brasil, e o Presidente Biden aceitou o convite. Os dois líderes se comprometeram a ampliar o diálogo e buscar uma cooperação mais profunda antes da celebração do bicentenário das relações diplomáticas EUA-Brasil em 2024.

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