Bolsonaro coloca no picadeiro o novo ministro de Minas e Energia

Para divertir, desviar a atenção, o presidente Jair Bolsonaro (PL) colocou no picadeiro, na noite de hoje (11/05), o novo ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, que, em seu primeiro pronunciamento, disse que pedirá estudos para privatizar as reservas de pré-sal e a Petrobras.

– Meu primeiro ato como ministro será solicitar ao ministro [da Economia] Paulo Guedes, presidente do Conselho do PPI [Programa de Parcerias de Investimentos], que leve ao conselho a inclusão da PPSA no PND [Programa Nacional de Desestatização] para avaliar as alternativas para sua desestatização – disse Sachsida, ao subir no picadeiro bolsonarista.

Picadeiro é uma arena, um palco, onde o palhaço se apresenta ao distinto público.

– Ainda como parte do meu primeiro ato, solicito também o início dos estudos tendentes à proposição das alterações legislativas necessárias à desestatização da Petrobras – declarou o novo ministro.

Talvez o ministro ainda não saiba, a Petrobras já está sendo privatizada, vendida, doada, de maneira fatiada. O Blog do Esmael anotou nesta quarta-feira que essa dilapidação ao patrimônio público, nosso, está ocorrendo enquanto Bolsonaro desvia a atenção até mesmo de setores esclarecidos da sociedade.

Sachsida nada falou sobre o aumento abusivo do diesel e a inquietação de caminhoneiros e transportadores, que organizam uma greve nas rodovias contra o preço dos combustíveis.

Economia

Bolsonaro usa desse artifício formal, a ameaça de privatizar, para culpabilizar a estatal de petróleo e se eximir da responsabilidade pelo desastre na economia. Ele trata a companhia como se fosse uma ilha, quando a empresa tem como acionista majoritário a União.

Do ponto de vista prático, não há tempo hábil para esse governo cessante conduzir a privatização da estatal de petróleo do porte da Petrobras.

Caso tivesse a intenção de reduzir os preços dos combustíveis, bastaria ao presidente da República revogar a lei que possibilita a Petrobras adotar a política de paridade internacional. Esse diabólico mecanismo permite aos acionistas enriquecerem a custas de aumentos sucessivos nos derivados de petróleo, que são vendidos aos consumidores em dólar – enquanto os brasileiros recebem em real.