O Ministério de Minas e Energia, Bento Albuquerque, foi demitido numa tentativa desesperada de o presidente Jair Bolsonaro (PL) driblar mais uma vez protestos contra aumento dos combustíveis. Caminhoneiros e transportadores ameaçam parar as estradas do país contra a política de paridade de preço internacional adotada pela Petrobras.
Bolsonaro parece que já gastou os cartuchos exonerando os presidentes da estatal de petróleo, companhia estatal que é controlada pelo governo federal.
Nesta semana, o litro do diesel subiu novamente 8,87% nas refinarias enquanto os consumidores pagam em média R$ 6,8.
A palavra de ordem dos marqueteiros é desviar os preços abusivos dos combustíveis da figura do presidente, que vai tentar a reeleição este ano.
Bolsonaro desancou em março passado o ministro da Energia, quando o diesel subiu 24,9%. Hoje, Albuquerque foi degolado em praça pública.
– Vocês não podem, ministro Bento Albuquerque e senhor José Mauro, da Petrobras, não podem aumentar o preço do diesel. Não estou apelando, estou fazendo uma constatação levando-se em conta o lucro abusivo que vocês têm. Vocês não podem quebrar o Brasil. É um apelo agora: Petrobras, não quebre o Brasil, não aumente o preço do petróleo. Eu não posso intervir. Vocês têm lucro, têm gordura e têm o papel social da Petrobras definido na Constituição – disparou na época o presidente da República.
O diabo é que Bolsonaro mentiu e fingiu que não é com ele a conversa, quando diz “vocês” o presidente deveria falar “nós” porque a Petrobras pertence à União e o Ministério das Energias faz parte da hierarquia do governo.
Bolsonaro dá status de “ilha” para a estatal de energia numa desesperada tentativa criar o efeito “teflon”, qual seja, que o exima de responsabilidades pela crise econômica em decorrência do aumentos abusivos da cadeia petrolífera.
O novo ministro de Minas e Energia será o advogado e economista Adolfo Sachsida. Privatista, ele é bolsonarista e discípulo de Olavo de Carvalho.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.