A guerra entre Israel e o Hamas tem sido um ponto de preocupação global, com implicações políticas significativas em Israel e a exigência de um gabinete de guerra de emergência sem extrema direita.
De acordo com o editorial do jornal israelense Haaretz, de domingo (8/10), o desastre resultante do conflito é atribuído à responsabilidade do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
O editorial argumenta que Netanyahu falhou na identificação dos perigos decorrentes de suas políticas, que incluíam a nomeação de figuras de extrema direita, como Bezalel Smotrich e Itamar Ben-Gvir, para posições-chave no governo.
Além disso, a política externa de Netanyahu foi criticada por ignorar abertamente a existência e os direitos dos palestinos.
O editorial também aponta que, apesar das falhas de inteligência e das deficiências militares que podem surgir nos próximos dias e semanas, Netanyahu não pode se isentar da responsabilidade global pela crise, uma vez que ele é o árbitro final dos assuntos estrangeiros e de segurança israelenses.
A análise ressalta que Netanyahu mudou sua postura após as últimas eleições, abandonando a cautela anterior e buscando uma política de governo pleno de direita, incluindo a expansão de assentamentos e uma presença judaica mais forte em locais sensíveis, como o Monte do Templo.
Isso contribuiu para a eclosão de hostilidades, com o Hamas aproveitando a oportunidade para lançar um ataque surpresa.
O editorial conclui que um primeiro-ministro indiciado em casos de corrupção não pode efetivamente cuidar dos assuntos de Estado, já que seus interesses pessoais podem sobrepor-se aos interesses nacionais.
Isso levou à formação de uma coligação governamental controversa e enfraqueceu altos funcionários do exército e dos serviços de informação, com trágicas consequências para as vítimas da invasão no Neguev Ocidental.
Portanto, de acordo com a análise do Haaretz, Netanyahu é responsável pela situação resultante do conflito entre Israel e o Hamas.
Como solução para a crise em Israel e pacificação na região, partido de oposição está propondo um gabinete de guerra de emergência sem a presença da extrema direita.
Nas negociações para criar um governo de unidade de emergência, o Partido da Unidade Nacional de Benny Gantz sugeriu um gabinete simplificado e o adiamento de qualquer legislação não relacionada com a guerra até depois da guerra.
As negociações sobre um governo de unidade de emergência continuaram na segunda-feira, com o Partido da Unidade Nacional exigindo o estabelecimento de um gabinete de guerra excluindo os ministros de extrema direita Itamar Ben-Gvir e Bezalel Smotrich.
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