Moro ‘suspeito’ ainda no 1º semestre, diz Gilmar Mendes

A suspeição ex-juiz Sergio Moro vai a julgamento ainda no primeiro semestre pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A informação é do ministro Gilmar Mendes, presidente da Segunda Turma da corte máxima. Ele foi entrevistado pelo ao programa “Em Foco com Andréia Sadi”, na GloboNews.

Moro é alvo de um habeas corpus impetrado pelo ex-presidente Lula, há mais de dois anos, que pede o reconhecimento da parcialidade do ex-juiz da Lava Jato.

A ação do petista pode anular o processo em que Lula foi condenado no processo do caso tríplex.

Esse julgamento do HC, que será retomado no primeiro semestre deste ano, foi interrompido em 2018 por um pedido de vista do ministro Gilmar Mendes. Na época, votaram contra a suspeição de Moro os ministros Carmen Lucia e Edson Fachin. Faltam votar, além de Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Nunes Marques.

Há expectativa que Carmen Lucia mude o voto, pois, em outro julgamento, a ministra considerou Moro suspeito.

Gilmar Mendes disse incialmente que gostaria desse julgamento presencial, no entanto, em virtude da pandemia, buscará a resolução do caso ainda no primeiro semestre.

Economia

“Eu mesmo dizia que esse julgamento ocorresse dentro de um ambiente de plenário ou de colegiado físico. Inclusive, retardei um pouco o processo para o âmbito no colegiado. Havia um momento no ano passado que a gente tinha essa expectativa, de que voltaríamos funcionar no segundo semestre já com plenário efetivo. Mas isso não ocorreu. Hoje já acho que não posso mais manter essa afirmação”, disse Mendes a Andréia Sadi.

Para o ministro do STF, “é possível que no primeiro semestre a gente já julgue este caso, que é extremamente importante e relevante”. “Tenho dito sempre que é importante que nós possamos propiciar ao ex-presidente Lula um julgamento digno do nome, que possamos avaliar os argumentos que ele suscita de eventual parcialidade ou imparcialidade da força tarefa de Curitiba.”

Nesta terça-feira (12), após resistência da primeira instância, a defesa de Lula terá finalmente acesso às mensagens da operação “spoofing” por determinação do ministro Lewandowski. Diálogos entre Moro e procuradores da Lava Jato indicam que houve fraude processual contra o petista.