Valdemar “jantou o bananinha” Eduardo Bolsonaro no PL

O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, “jantou o Bananinha”, segundo a expressão usada por um deputado da própria legenda. O alvo foi o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), autoexilado nos Estados Unidos desde fevereiro, que nesta terça-feira (23) sofreu dois reveses em Brasília e em Nova York.

Na Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Casa, rejeitou a indicação de Eduardo para a liderança da Minoria. O parecer da Secretaria-Geral da Mesa foi categórico: ausência física prolongada não se confunde com missão oficial autorizada. Sem comunicar oficialmente sua viagem, Eduardo ficou em situação irregular, o que abre caminho para um processo de cassação por faltas.

Ao mesmo tempo, em Nova York, os holofotes da Assembleia Geral da ONU revelaram outra derrota simbólica para o “03”. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, protagonizaram discursos em que, apesar das diferenças, trocaram gestos de respeito. Trump chegou a declarar que sente “química” com Lula.

Eduardo torcia pelo agravamento da crise diplomática entre Trump e Lula, além da imposição de novas sanções contra autoridades brasileiras. No entanto, Trump revelou que abraçou o petista e sentiu uma química pelo mandatário brasileiro.

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Para Valdemar, desafeto de Eduardo, o efeito colateral foi positivo: se Lula se fortalece no palco global e Trump busca proximidade, o isolamento do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro aumenta.

No cálculo político, o inimigo do inimigo pode se transformar em aliado tácito. A derrota dupla de Eduardo, na Câmara e no tablado internacional, fortalece Valdemar dentro do PL e dá munição aos que defendem cortar amarras com a ala bolsonarista mais radical.

Sem espaço no PL, a tendência é que Eduardo busque abrigo no PRTB de Pablo Marçal, legenda nanica mas com ambições de 2026. O movimento seria mais um passo na guinada do “Bananinha” rumo a uma trincheira alternativa, porém com pouco oxigênio político real.

Eduardo Bolsonaro virou peso morto para o PL, e Valdemar Costa Neto, com frieza de estrategista, soube capitalizar a fraqueza do “Bananinha”. Em política, os vácuos de poder não duram muito: alguém sempre se beneficia. Neste caso, o saldo é de Valdemar.

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