Taxa Selic pode cair até 0,5 na reunião do Copom, mas juros no cartão de crédito e cheque especial continuarão altos

A expectativa para a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central é que a taxa Selic, que está atualmente em 13,75% ao ano, sofra um corte de 0,50 ponto percentual, chegando a 13,25%. O governo Lula aguarda essa decisão, que será tomada na quarta-feira, dia 2 de agosto, como uma tentativa de estimular a economia.

No entanto, mesmo com esse corte na taxa Selic, é importante destacar que esse movimento praticamente não impactará diretamente os consumidores. Isso porque a taxa Selic refere-se aos juros que o governo paga aos bancos pelos títulos da dívida pública que eles possuem. Assim, a variação na Selic tem maior relevância para o mercado especulativo financeiro e supostamente para o controle da inflação, mas não necessariamente se traduz em redução significativa nos juros cobrados dos consumidores.

A presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann, observa que há deflação seguida e previsão de queda da inflação para esse ano. “PIB subindo, dólar caindo, empresários e analistas estrangeiros otimistas com o governo Lula mas a pior das previsões é dos juros, redução seria apenas de 0,25%. Um desastre total esse Campos Neto”, criticou ela.

Gleisi tem razão. 0,25% representa cerca de R$ 15 bilhões, enquanto 0,5% cerca de R$ 30 bilhões que o Tesouro deixaria de pagar para bancos e especuladores, cujo dinheiro poderia ser destinado à construção de creches e escolas, por exemplo.

O problema é que, apesar dessa perspectiva de redução da Selic, os brasileiros ainda enfrentam taxas exorbitantes em linhas de crédito como o cartão de crédito e o cheque especial. De acordo com dados do Banco Central, a taxa média de juros no crédito rotativo do cartão de crédito alcançou 440% ao ano, e no cheque especial, chegou a 175% ao ano. Isso significa que apesar de a Selic sofrer variação para baixo, os consumidores continuam enfrentando altas taxas de juros nessas modalidades de crédito.

Essas taxas abusivas têm impacto significativo nas finanças dos brasileiros, tornando-os praticamente escravos dos altos juros cobrados pelos bancos. É uma situação preocupante que afeta diretamente a população mais vulnerável economicamente. Essa discrepância entre a taxa Selic e as taxas de juros no cartão de crédito e no cheque especial é um verdadeiro crime financeiro e uma afronta aos Direitos Humanos, uma vez que contribui para aprofundar as desigualdades sociais no país.

Economia

Ainda mais preocupante é o fato de que mesmo em um cenário de redução da taxa Selic, os juros no cartão de crédito têm se mantido em patamares elevados, como demonstrado pelo aumento recente no mês de junho. Essa realidade reforça a necessidade de medidas mais efetivas para controlar as taxas de juros praticadas pelos bancos e garantir que a população tenha acesso a crédito de forma mais justa e acessível.

Os juros não são criação divinas ou definadas pelas estrelas, pelo contrário, são frutos da especulação. Logo, necessariamente precisam ser controlados com mão de ferro sob pena de os banqueiros continuarem a cometer a escravidão em pleno século XXI.

Para que essa situação seja devidamente combatida, é fundamental que haja um esforço conjunto entre as autoridades governamentais, o Banco Central e demais órgãos reguladores para implementar políticas que realmente beneficiem a população, diminuam as taxas de juros abusivas e promovam um ambiente econômico mais justo e inclusivo.

Enquanto a taxa Selic pode até receber destaque na velha mídia, é importante ressaltar que uma pequena variação nessa taxa não trará alívio para a maioria dos brasileiros que continua a enfrentar os desafios de lidar com os pornográficos juros de 440% no cartão de crédito e 175% no cheque especial. A sociedade espera medidas concretas e eficazes para enfrentar esse problema e garantir que o Estado coloque freio de burro no sistema financeiro.

Abaixo a escravidão!

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