Chacina no Guarujá (SP) causa repercussão internacional após Polícia Militar matar ao menos 10 pessoas no litoral

Execuções extrajudiciais levantam debates sobre desmilitarização da polícia, necropolítica e política de drogas no Brasil

Uma série de execuções extrajudiciais cometidas pela Polícia Militar de São Paulo durante a operação Escudo, ocorrida no litoral do estado, tem causado comoção e indignação. A chacina, que ocorreu como resposta ao assassinato do policial Patrick Bastos Reis, resultou na morte de pelo menos dez pessoas em comunidades do Guarujá, levantando debates sobre a necessidade de desmilitarização da polícia no Brasil e a crítica à necropolítica, que parece visar eliminar as populações mais pobres do país.

O acontecimento ganhou destaque não só na mídia nacional, mas também internacionalmente, com veículos como o The Guardian relatando os fatos. Além disso, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que possui ligação com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), surpreendeu ao defender as execuções extrajudiciais promovidas pela PM-SP.

O trágico episódio que envolveu a morte do policial Patrick Bastos Reis desencadeou uma operação de repressão da polícia com a intenção de prender os responsáveis pelo crime. No entanto, relatos de moradores da região indicam que durante a operação, policiais prometeram matar pelo menos 60 pessoas nas comunidades do Guarujá. Além disso, a ouvidoria da polícia confirmou a denúncia de que um dos mortos foi torturado antes de ser executado por policiais.

A resposta do governador Tarcísio de Freitas, que celebrou a prisão do suspeito do assassinato do policial, não abordou a truculência atribuída aos policiais durante a operação. Tal atitude reforça a preocupante tendência de justificar ações violentas do Estado por meio da vingança e da “guerra às drogas”.

Nesse contexto, torna-se crucial discutir a necessidade de desmilitarizar a polícia no Brasil, pois a militarização frequentemente leva a abusos de poder e violações dos direitos humanos.

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Também é fundamental buscar uma política desenvolvimentista que priorize a geração de emprego e renda, bem como uma educação inclusiva de qualidade como solução para a violência.

É relevante ainda apontar que a política de guerras às drogas, importada dos Estados Unidos, tem sido uma das principais causas do encarceramento em massa de jovens, especialmente negros e pobres, no Brasil.

A discussão sobre a descriminalização das drogas ganha força, e espera-se que o Supremo Tribunal Federal (STF) possa votar essa questão na volta do recesso, revendo a abordagem falida e punitiva que tem resultado em mais violência e injustiça.

Em busca de uma perspectiva única e detalhada, é importante ressaltar que a segurança pública não pode ser alcançada por meio da barbárie. A resposta violenta do Estado não inibe a ação dos criminosos e apenas perpetua um ciclo de violência.

Diante desse cenário, é fundamental que o Brasil reavalie suas políticas de segurança e adote abordagens mais humanitárias e eficazes. Investir em desenvolvimento social, educação e oportunidades de trabalho é uma forma de combater a violência e promover uma sociedade mais justa e segura para todos.

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Uma resposta para “Chacina no Guarujá (SP) causa repercussão internacional após Polícia Militar matar ao menos 10 pessoas no litoral”

  1. A morte de um policial é algo de grave, por ser um trabalhador e responsável por uma família, mas, o que ocorreu na sequência também é muito gravíssimo. Foram mortos mais de 10 pessoas, que não tinham ligação ao que ocorreu com o policial militar, como também, já se sabe que os responsáveis pelo assassinato do policial, já foram capturados. Agora o Governador terá que responder pelo excesso do uso da força. E até já tem pedido da ONU para que seja esclarecido o fato. Espero que tudo seja esclarecido e os responsáveis pela matança em Guarujá e no litoral paulistas respondam pelos crimes cometidos, porque nada justifica o que ocorreu. Usar a Lei para combater o crime é LEGAL, mas, para cometer crimes não VALE.

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