Sindicatos ampliam judicialização do caso PDV Copel 2023 | Greve entra no horizonte

SENGE, SINDENEL, SINDELPAR, SINEL e SINEFI anunciam ações coletivas, enquanto a base radicalizada pede greve geral no começo do ano que vem

Em uma nova ofensiva contra a Companhia Paranaense de Energia (Copel), os sindicatos representativos dos funcionários da empresa ampliaram a judicialização do caso PDV Copel 2023.

Após o encerramento da mediação entre as partes, sem acordo, o SINDENEL (Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas Concessionárias de Energia Elétrica de Fontes Hídricas, Térmicas ou Alternativas de Ponta Grossa) e o SINDELPAR (Sindicato dos Engenheiros do Paraná) ajuizaram uma ação judicial na 12ª Vara do Trabalho de Curitiba.

A ação pede que a Justiça obrigue a Copel a cumprir o PDV 2023, incluindo as 1.600 demissões que foram canceladas após a privatização da empresa.

A Copel foi vendida pelo governador Ratinho Junior (PSD) em agosto passado.

Além dessa ação judicial, o SINEL (Sindicato dos Eletricitários de Ponta Grossa) também convocou uma assembleia geral extraordinária para esta quinta-feira (21), às 18h, na sede do sindicato em Ponta Grossa.

Economia

A assembleia pontagrossense vai deliberar sobre a autorização para o sindicato ajuizar uma nova ação coletiva para garantir o direito ao PDV aos trabalhadores que tiveram a adesão indeferida.

O presidente do SINEFI (Sindicato dos Eletricitários de Foz do Iguaçu), Paulo Henrique Guerra Zuchoski, o PH, em mensagem ao Blog do Esmael, comunicou que a entidade da tríplice fronteira também deliberou pela demanda coletiva.

O PDV Copel 2023 foi lançado em agosto deste ano com o objetivo de reduzir o quadro de funcionários da empresa em 3 mil pessoas.

A Copel estabeleceu um limite financeiro de 441 milhões de reais para as adesões ao PDV, negando pedidos que ultrapassavam esse limite, mesmo ela prometendo nas vésperas da privatização honrar todos os pedidos.

A decisão da Copel de cancelar as 1.600 demissões foi denunciada pelos sindicatos, que acusam a empresa de descumprimento de contrato.

Em uma decisão liminar, a Justiça já determinou à Copel e às suas holdings (Geração e Transmissão, Distribuição, Comercialização e Serviços) que forneça ao SENGE-PR (Sindicato dos Engenheiros do Paraná) a lista completa dos trabalhadores que solicitaram adesão ao PDV 2023, com o respectivo ranking e indicação daqueles que tiveram a adesão indeferida/deferida.

A judicialização do caso PDV Copel 2023 é um importante passo na luta dos trabalhadores da empresa por seus direitos trabalhistas.

Os sindicatos afirmam que estão determinados a garantir que a Copel cumpra o PDV e que os trabalhadores que foram prejudicados sejam ressarcidos.

Somadas, as indenizações que a Copel terá de pagar podem ultrapassar R$ 1 bilhão.

A empresa alega que já está cumprindo o que foi acordado com a representação laboral, que contesta essa informação com as medidas judiciais.

Os copelianos, radicalizados na base, não descartam começar o ano de 2024 com uma greve geral e irrestrida pelo cumprimento do ACT (Acordo Coletivo de Trabalho), que prevê o PDV para os 3 mil trabalhadores que, após aderirem, ao menos 1,6 mil tiveram seu pedido negado.

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