Silvio Almeida promete revisão de 'todos os atos baseados no ódio' ao assumir Ministério dos Direitos Humanos

Silvio Almeida promete revisão de ‘todos os atos baseados no ódio’ ao assumir Ministério dos Direitos Humanos

O jurista Silvio Almeida tomou posse nesta terça-feira (03/01) como ministro dos Direitos Humanos e Cidadania e, em seu discurso de posse, criticou a gestão anterior da pasta e anunciou que fará uma revisão de todos os atos realizados no governo passado que sejam “ilegais, baseados e praticados no ódio e no preconceito”. Almeida afirmou ainda que não permitirá que o Ministério continue sendo utilizado para a “reprodução de mentiras e preconceitos”.

O ministro também destacou a importância de grupos como trabalhadores, mulheres, negros, pessoas LGBTQIA+, pessoas com deficiência, indígenas, idosos e crianças e adolescentes órfãos durante a pandemia, afirmando que esses cidadãos “existem” e “são valiosos” para o governo.

Almeida prometeu enfrentar o alto índice de homicídios de jovens pobres e negros e disse que trabalhará em conjunto com o ministro da Justiça, Flávio Dino, para combater o problema.

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O ministro também anunciou a intenção de recriar o conselho para elaboração de políticas voltadas para pessoas LGBTQIA+ e de prestar atenção aos defensores ambientalistas, que são os mais expostos a violência.

“Direitos humanos não é pauta moral, é pauta política, não é um emblema, é a oportunidade do estado cumprir o que está na constituição”, disse Almeida.

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A cerimônia de posse de Silvio Almeida

O termo de posse de Silvio Almeida no cargo de ministro dos Direitos Humanos foi assinado no último domingo (1º) em cerimônia com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no Palácio do Planalto.

Nesta terça-feira (03/01), o ministro participou de solenidade na sede da pasta em Brasília, acompanhado de importantes personalidades, como a deputada e ex-ministra da secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, a presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Maria Thereza de Assis Moura, e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.

Também estiveram presentes o ministro do Tribunal Superior Eleitoral e do STJ, Benedito Gonçalves, a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), e a deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ).

Durante a cerimônia, foi exibida uma mensagem do padre Júlio Lancelotti, coordenador da Pastoral do Povo da Rua de São Paulo.

Quem é Silvio Almeida

Nascido em São Paulo (SP), Silvio Almeida é professor universitário, advogado, jurista e filósofo. Graduou-se em Direito pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (1995-1999) e em Filosofia pela Universidade de São Paulo (2004-2011). É mestre em Direito Político e Econômico pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e doutor em Filosofia e Teoria Geral do Direito pela Universidade de São Paulo. É professor visitante da Universidade Columbia, nos Estados Unidos, e pesquisador da Universidade Duke (EUA).

Silvio Almeida é filho de Barbosinha, ex-goleiro que passou pelo Corinthians em 1967, que ganhou o apelido em referência a Barbosa, que defendeu o gol brasileiro na Copa de 1950.

Há mais de 20 anos, atua a favor da diversidade, na luta pelos direitos humanos e contra o racismo. É autor das obras “Racismo Estrutural”, (São Paulo: Pólen Livros, 2019); “Sartre – direito e política: ontologia, liberdade e revolução”, (São Paulo: Boitempo, 2016); e “O Direito no Jovem Lukács: A Filosofia do Direito em História e Consciência de Classe”, (São Paulo: Alfa Ômega, 2006).

Presidiu o Centro de Estudos Brasileiros do Instituto para Reforma das Relações entre Estado e Empresa (IREE), bem como o Instituto Luiz Gama, organização de direitos humanos voltada à defesa jurídica das minorias e de causas populares.

Em 2021, foi o relator da comissão de juristas criada pela Câmara dos Deputados para propor o aperfeiçoamento da legislação de combate ao racismo estrutural e institucional no país. Colunista do jornal Folha de São Paulo desde 2020, deixou o periódico para integrar a equipe de transição do novo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Veja quem são os diretores do Ministério dos Direitos Humanos

  • Anna Paula Feminella, secretária Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência;
  • Alexandre da Silva, secretário Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa;
  • Ariel de Castro Alves, secretário Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente;
  • Nilmário Miranda, assessor especial de Defesa da Democracia, Memória e Verdade.
  • Symmy Larrat, Secretaria Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+.

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