Requião flerta com o getulismo do novo PTB

O ex-governador e ex-senador pelo Paraná, Roberto Requião, flertou com o getulismo do novo PTB em uma enquete publicada em suas redes sociais no último fim de semana.

Filiado ao PT desde março do ano passado, Requião questionou seus seguidores no sábado (2/12):

“Ressurge no Brasil o PTB Getúlista, nacionalista e brizolista. Você topa participar desse lançamento?”

A enquete recebeu mais de 1,2 mil votos, com 50,6% dos participantes afirmando que topariam participar do lançamento do novo PTB.

Desconfortável no PT, Requião vem mantendo contatos com brizolistas históricos desde que Robeto Jefferson foi preso e perdeu o camando da histórica sigla.

Requião e os brizolistas acreditam que o Brasil está pronto para o retorno do PTB de Getúlio e Leonel Brizola.

Economia

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A enquete de Requião é um indicativo do interesse que o novo PTB desperta no cenário político brasileiro, sobretudo àqueles políticos que criticam a atual política econômica do governo Lula.

Fundado em 1945 por Getúlio Vargas, o PTB foi um dos principais partidos políticos do país nas décadas de 1940, 1950 e 1960.

No entanto, o PTB foi extinto em 2023, após se fundir com o Patriotas e virar o “Partido da Renovação Democrática (PRD)”.

A nova versão do PTB é liderada pelo ex-deputado constituinte Vivaldo Barbosa, que é um brizolista convicto.

O partido busca resgatar as raízes trabalhistas do PTB, inspiradas nos princípios de democracia, nacionalismo, trabalhismo e socialismo.

O primeiro grande desafio para o novo PTB é a coleta de 500 mil assinaturas em dois anos para obter o registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O partido já possui representação em 20 estados e está em processo de coleta de assinaturas.

A manutenção do número 14 nas urnas, entretanto, só será decidida após atingir esse objetivo.

O número 14 é historicamente associado ao PTB, e o partido busca manter esse número para preservar sua identidade.

O novo PTB tem o potencial de se tornar um importante player no cenário político brasileiro, avaliam os líderes dessa recriação.

O partido tem uma história de mais de 70 anos e uma base eleitoral significativa.

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Além disso, o partido está alinhado a tendências políticas que estão ganhando força no Brasil, como o nacionalismo e o trabalhismo.

O sucesso do novo PTB dependerá de sua capacidade de se organizar e conquistar o apoio popular.

O partido terá que enfrentar a concorrência de outros partidos trabalhistas, como o PT, o PCdoB e o PSB.

No entanto, o novo PTB tem o potencial de se tornar uma nova força política no Brasil.

Requião e o Grupo do Rio propõem mudanças no Banco Central

O ex-senador e ex-governador Roberto Requião e seu grupo de brizolistas, conhecido como Grupo do Rio, embrião do novo PTB, elaboraram uma proposta para reformular o Banco Central do Brasil (BCB).

A iniciativa busca redefinir o papel do BCB, ajustando suas atribuições e metas em busca de um melhor controle monetário, estabilidade financeira e promoção do máximo emprego no país.

Atualmente, a atuação do Banco Central do Brasil está fundamentada na Lei Complementar nº 179, de 24/2/2021.

Esta lei estabelece os objetivos do BCB, sua autonomia, bem como as regras para nomeação e exoneração de seu Presidente e Diretores.

Uma base legal que molda as diretrizes econômicas e financeiras do país.

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A proposta do Grupo do Rio destaca a importância da compatibilidade da taxa básica de juros (Selic), estabelecida pelo Comitê de Política Monetária (Copom), com a estimativa de inflação do Conselho Monetário Nacional (CMN).

Além disso, enfatiza a necessidade de promover investimentos produtivos na economia, assegurando o máximo emprego e a estabilidade monetária.

O CMN, de acordo com a proposta, deverá definir uma meta anual para a taxa de desocupação na economia, com tolerância máxima especificada.

Essa medida visa aprimorar o controle sobre o emprego, estabelecendo parâmetros claros para a gestão econômica.

Uma das inovações propostas é a limitação da taxa de juros fixada pelo Copom.

Esta não poderá ultrapassar a taxa de retorno média da atividade produtiva, visando moderar e estabilizar a economia, evitando prejuízos ao investimento privado e ao emprego.

O Grupo do Rio sugere que o BCB utilize intervenções nos mercados cambiais para estabilizar a inflação, evitando oscilações bruscas nas taxas de juros.

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Metas específicas de taxa média móvel de câmbio e de reservas cambiais seriam estabelecidas pelo CMN, proporcionando um controle mais efetivo sobre o câmbio e, por conseguinte, sobre a inflação e os juros.

A proposta aborda a emissão de moeda e títulos públicos, esclarecendo que, quando destinados a cobrir déficits orçamentários, só serão considerados inflacionários pelo BCB se não corresponderem a investimentos reais na economia.

Auditorias do Tribunal de Contas da União (TCU) seriam utilizadas para avaliar a realidade desses investimentos.

A verificação do cumprimento das atribuições do BCB seria realizada pelo Senado Federal.

Em caso de omissão ou desempenho insatisfatório, o Senado teria o poder de avaliar a permanência da Diretoria do BCB, proporcionando um mecanismo de responsabilidade e prestação de contas.

A proposta apresentada por Requião e o Grupo do Rio representa uma abordagem abrangente e detalhada para a reformulação do Banco Central do Brasil.

Suas sugestões, ancoradas em metas claras e limites específicos, buscam proporcionar maior estabilidade econômica, controle inflacionário e promoção do emprego.

Esta iniciativa, se implementada, poderia ter repercussões significativas no cenário econômico brasileiro, redefinindo a atuação do Banco Central e redesenhando as políticas monetárias de maneira mais eficaz, acredita o ex-governdor do Paraná.

Uma resposta para “Requião flerta com o getulismo do novo PTB”

  1. Considero que realmente existe espaço para a ”recuperação dos valores do trabalhismo”, o raiz, de Getúlio, Jango e Brizola.
    E o ”Nacional/Desenvolvimentismo”, depois do golpe de 1964, foi adulterado pelos governos a partir de então, deixando para trás as imensas potencialidades deste pensamento, tanto a nível econômico como no social.
    Com certeza existe espaço para uma retomada atual, com novas interfaces, a exemplo do ”Meio Ambiente” claro!

    Prof. Dr. Luciano Kneip Zucchi.

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