Prefeitura de Curitiba transferiu meio bilhão de reais para empresários de ônibus

A Câmara de Curitiba, que tentou cassar o vereador negro Renato Freitas (PT), pelo protesto antirracista numa igreja, é a mesma que autorizou a transferência de meio bilhão de reais aos empresários de ônibus.

Esse generoso aporte da Prefeitura de Curitiba para as empresas concessionárias do transporte público não significou redução da tarifa do ônibus para o usuário. Pelo contrário. A capital paranaense tem um dos serviços mais caros do país e conserva o mesmo defeito dos demais: superlotação.

Entre 2020 e 2021, enquanto as populações curitibana e brasileira ficavam desempregadas, o trabalho era precarizado, a inflação comiam o salário de quem tinha, a gestão do prefeito Rafael Greca (União) transferiu R$ 320 milhões a título de cobrir a defasagem entre o valor da tarifa técnica e a tarifa do usuário. Hoje, a Câmara autorizou mais R$ 174 milhões.

Segundo Lafaiete Neves, professor aposentado da UFPR, Doutor em Economia pela UFPR, “após essa significativa transferência, a já elevada tarifa “saltou” de R$4,50 para R$5,50 para o usuário, atingindo-se R$6,39 como tarifa técnica paga aos empresários do ramo”, disse ele, que também é membro do Conselho da Cidade de Curitiba (CONCITIBA).

– Como se não bastasse o “ralo” de dinheiro público, já mencionado, noticia-se ainda que há previsão de repasse de mais 15 milhões de créditos pelo governo cessante de Ratinho Junior (PSD) – disse Lafaiete.

Então, para não perder as contas anote aí: R$ 320 milhões + R$ 174 milhões + R$ 15 milhões = R$ 509 milhões de subsídios aos empresários do transporte coletivo de Curitiba. “Uma teta”, como se dizem os moradores periféricos.

Economia

De acordo com a Câmara de Curitiba, o crédito adicional suplementar de R$ 174.113.500 para o transporte coletivo da capital – aprovado pelos vereadores – sairá da Secretaria Municipal de Finanças.

A vereadora Carol Dartora (PT) protestou contra a nova transferência dizendo que o transporte público de Curitiba é uma “caixa-preta” que precisa ser aberta.

Denian Couto (Pode) disse que o serviço é “caro e ruim”. “Quem pode não anda de ônibus, o fato é esse”, declarou o vereador.

– Falar que esse dinheiro não vai para o lucro dos empresários é uma inverdade – afirmou Denian.