Por que o ministério de Haddad se chamará “Fazenda” e não “Economia”; entenda a diferença

Leitores do Blog do Esmael e amigos, reiteradas vezes, questionam este blogueiro por que o ministério que Fernando Haddad ocupará a partir de janeiro de 2023 se chamará “Fazenda” e não “Economia” – a exemplo da gestão do “sinistro” Paulo Guedes.

Explica-se abaixo.

Na época do governo Collor de Mello, início dos anos 90, chamou-se “Ministério da Economia” – uma denominação usual noutros países, além de “Tesouro”, que é adotada pelos Estados Unidos.

Segundo o ex-ministro da Fazenda Rubens Ricupero, coordenador da Faculdade de Economia da FAAP, o termo talvez não soasse tão destoante num Brasil em começo de século 19 – quando dom João VI fugiu de Portugal para esta plaga, reformulou a colônia e fundou o órgão.

“‘Fazenda’ era uma palavra do português arcaico, usada para designar coisas como riqueza, renda, dinheiro”, explica Ricupero. Ou seja, o termo ‘fazenda’ tem a ver com fartura.

Apesar dos mais de dois séculos da vinda da família real para o Brasil, o Ministério da Fazenda sofreu mutações, porém, na essência, a pasta continua tendo a mesma função de arrecadar dinheiro e planejar a melhor maneira de gastar os impostos pagos por todos nós.

Economia

Segundo a literatura, o nome “Fazenda” ficou só no Brasil mesmo. Em Portugal, a instituição passou por uma reforma geral ainda em 1910 e foi rebatizada de “Finanças”.

Portanto, a nomenclatura “Fazenda” faz mais sentido para a história política e econômica porque os termos “Economia”, “Finanças” e “Tesouro” têm mais a ver com o fiscalismo neoliberal – que privilegia a cobrança de tributos e a busca do equilíbrio fiscal – em contraposição aos aspectos sociais e políticos da tributação, enfim, que visam o desenvolvimento equânime da nação.

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