PF prendeu neste domingo suspeitos de mandar matar Marielle Franco

A Polícia Federal prendeu na manhã deste domingo (24/3) três suspeitos de serem os mandantes do assassinato brutal da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. A Operação Murder Inc., conduzida pela PF, lança luz sobre os obscuros caminhos que envolvem esse crime hediondo, além de desvendar a tentativa de homicídio contra a assessora Fernanda Chaves.

Os indivíduos detidos pela PF são figuras de destaque na esfera política e institucional do Rio de Janeiro, aumentando a complexidade e a sensibilidade do caso.

  1. Chiquinho Brazão (União-RJ): Deputado federal e nome influente na política fluminense, Chiquinho Brazão é uma das figuras centrais nesse enredo sinistro. Com um histórico político que o conecta profundamente às entranhas do poder, sua prisão representa um marco significativo no desenrolar das investigações.
  2. Domingos Brazão: Irmão de Chiquinho Brazão e conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, Domingos Brazão também foi capturado pela operação da PF. Sua posição de destaque dentro do sistema jurídico do estado acrescenta uma camada de intriga a um caso já repleto de reviravoltas.
  3. Rivaldo Barbosa: O ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa, completa o trio de suspeitos detidos. Sua ligação com a máquina de segurança pública do estado coloca em xeque a integridade de instituições fundamentais para a ordem e a justiça.

A ação policial desencadeada no Rio de Janeiro resultou na execução de três mandados de prisão preventiva e doze de busca e apreensão, todos sob a égide do Supremo Tribunal Federal (STF). A colaboração entre diferentes instâncias do poder público, incluindo a Procuradoria-Geral da República (PGR) e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), demonstra um esforço conjunto para elucidar esse crime hediondo e trazer os responsáveis à justiça.

Além disso, a operação conta com o apoio da Secretaria de Estado de Polícia Civil do Rio de Janeiro e da Secretaria Nacional de Políticas Penais, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, ampliando ainda mais o espectro de atuação das autoridades na busca pela verdade e pela punição dos culpados.

Um aspecto crucial a ser considerado é a estreita relação dos suspeitos com o submundo do crime organizado e das milícias que atuam no Rio de Janeiro. Chiquinho e Domingos Brazão possuem influência política em Jacarepaguá, bairro historicamente dominado por grupos milicianos, lançando luz sobre os possíveis laços entre o poder público e a criminalidade.

A trajetória política de Chiquinho Brazão se entrelaça de forma perturbadora com os eventos que culminaram no assassinato de Marielle Franco. Citado na delação de Ronnie Lessa, assassino confesso de Marielle, Brazão ocupou cargos de destaque na política carioca, mantendo uma presença constante nos corredores do poder.

Economia

Sua eleição para a Câmara dos Deputados pelo Avante em 2018, seguida pela reeleição em 2022 pelo União Brasil, evidencia sua influência e sua capacidade de se manter relevante mesmo diante das turbulências e das acusações que pairam sobre ele.

É interessante notar as contradições entre as declarações de Chiquinho Brazão e os fatos que emergem das investigações. Enquanto ele nega qualquer envolvimento com o crime e afirma ter tido uma relação cordial com Marielle Franco, as evidências apontam para uma narrativa bem diferente.

O envolvimento do irmão de Brazão, Domingos Brazão, nos depoimentos do miliciano Orlando Curicica adiciona mais um elemento de suspeita à equação, sugerindo uma rede de conexões obscuras que permeia os mais altos escalões da política fluminense.

A prisão dos suspeitos representa um avanço significativo nas investigações sobre o brutal assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes. No entanto, é crucial que a justiça seja feita de forma integral e imparcial, sem concessões ou interferências externas.

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, irmã de Marielle, considerou hoje um “grande dia”. Pelas redes sociais, a ministra afirmou que só Deus sabe o quanto ela e sua família sonharam com esse dia.

“Hoje é mais um grande passo para conseguirmos as respostas que tanto nos perguntamos nos últimos anos: quem mandou matar a Mari e por quê?”, publicou em seus perfis.

Anielle Franco ainda agradeceu o empenho da PF, do governo federal, do Ministério Público Federal e Estadual e do ministro do Supremo Tribunal Federa (STF), Alexandre de Moraes. “Estamos mais perto da Justiça”, considerou a minstra da Igualdade Racial.

O ex-deputado Marcelo Freixo, presidente da Embratur, também comentou a prisão dos suspeitos pela PF.

“Foram 5 delegados que comandaram as investigações do inquérito do assassinato da Marielle e do Anderson, e sempre que se aproximavam dos autores eram afastados. Por isso demoramos seis anos para descobrir quem matou e quem mandou matar. Agora a Polícia Federal prendeu os autores do crime, mas também quem, de dentro da polícia, atuou por tanto tempo para proteger esse grupo criminoso. Essa é uma oportunidade para o Rio de Janeiro virar essa página em que crime, polícia e política não se separam”, escreveu ele.

Na eleição estadual fluminense de 2006, Marielle Franco integrou a equipe de campanha que elegeu Marcelo Freixo, então no PSOL, à Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ). Com a posse de Freixo, ela foi nomeada assessora parlamentar do deputado, trabalhando com ele por dez anos.

O desenrolar dos próximos capítulos desse caso continuará a capturar a atenção do país, à medida que os detalhes forem sendo revelados e a verdade se aproximar da superfície.

Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes foram assassinados em março de 2018, há seis anos, no Rio de Janeiro. Este crime vinha aberto desde então. Aliás, essas prisões seriam o encerramento do caso ou haverá novos capítulos? Será que ainda tem azeitona debaixo dessa farofa? Acompanhe o desenrolar desta dramática história pelo Blog do Esmael.

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