Motivação da morte de Marielle Franco envolve questão fundiária e milícia, aponta investigação

O desfecho da investigação sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco, divulgado neste domingo (24/3), aponta uma trama envolvendo questão fundiária e milícia no Rio de Janeiro. Em uma coletiva de imprensa conduzida pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, foram apresentados trechos cruciais do relatório elaborado pela Polícia Federal (PF), cujas mais de 470 páginas detalham os eventos que culminaram no trágico fim da vereadora.

Um dos pontos destacados no relatório é a divergência entre Marielle Franco e o grupo político liderado pelo então vereador Chiquinho Brazão, em relação ao Projeto de Lei (PL) 174/2016. Este projeto visava formalizar um condomínio na Zona Oeste do Rio de Janeiro. A votação acirrada do PL na Câmara Municipal, que evidenciou uma “reação descontrolada” por parte de Chiquinho Brazão, conforme aponta o relatório da PF, marca o início do planejamento do crime, ainda no segundo semestre de 2017.

Lewandowski ressalta que a vereadora Marielle Franco se opunha ao grupo que buscava a regularização das terras para uso comercial, enquanto defendia o emprego desses espaços para fins sociais, especialmente moradia popular. Essa oposição de interesses políticos e sociais parece ter sido o estopim para a ação criminosa.

Um dos envolvidos identificados pela PF, Domingos Brazão, possui uma extensa relação com atividades ilícitas, incluindo grilagem de terras e vínculos com milícias. Essa conexão entre interesses políticos, disputas territoriais e grupos criminosos é reforçada pelo diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, durante a coletiva, evidenciando que o crime está inserido em um contexto mais amplo, que envolve também a atuação de milícias e a disputa por territórios.

A conclusão da investigação aponta para a contratação do ex-policial militar Ronnie Lessa pelos irmãos Domingos e Chiquinho Brazão para executar a vereadora Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes, em 2018. O relatório final, divulgado após a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de retirar o sigilo do inquérito, revela também a participação de Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio, no planejamento meticuloso do crime.

A prisão dos irmãos Domingos e Chiquinho Brazão, bem como de Rivaldo Barbosa, determinada por Moraes, marca um importante passo na elucidação desse crime que chocou o país. O ministro da Justiça destaca que esse caso serve como um indicativo do funcionamento da milícia e do crime organizado no Rio de Janeiro, podendo abrir caminho para novas investigações e revelações.

Economia

O desfecho da investigação do assassinato de Marielle Franco não apenas traz justiça para as vítimas e suas famílias, mas também lança luz sobre as intricadas relações entre poder político, interesses econômicos e a atuação criminosa de grupos milicianos no Rio de Janeiro. Resta agora acompanhar os desdobramentos desse caso e aguardar que a justiça seja plenamente realizada, revelando todos os envolvidos e suas motivações obscuras.

Aqui estão o Relatório Final do Caso Marielle Franco e a Decisão do Caso Marielle.

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Uma resposta para “Motivação da morte de Marielle Franco envolve questão fundiária e milícia, aponta investigação”

  1. Na minha singela opinião, os irmãos Brasão, são os laranjas desta história. Tem mais gente envolvida, e até porque tem gente como o “delator” disse, que eram do alto escalão político e dariam suporte. Será que vamos ver o que todos tem uma dúvida ainda à ser esclarecidas. Uma tal família famosa nas páginas policiais em vista de tantas maracutaias que fizeram nos quatro anos de mandato na Presidência. Vamos aguardar os desenrolar das investigações. como, disse o Chefe da PF e o Ministro da Justiça. Está etapa está finalizada, mas, não é final definitivo. E digo isso, porque membros da família sequestraram o áudio
    do porteiro do condomínio onde moram. Portanto vai aparecer mais gente neste crime.

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