PF investiga financiadores de ataques golpistas envolvendo Bolsonaro, Torres e outros terroristas

A Polícia Federal (PF) está investigando quatro linhas para apurar todos os fatos e pessoas relacionadas aos ataques golpistas e vandalismo realizados por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em 8 de janeiro. Estão na mira dessas investigações o ex-presidente, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres e autoridades que atuaram ou se omitiram durante a investida golpista.

Esses atos golpistas visavam instalar o caos no país para “justificar” uma intervenção militar, por meio de “estado de defesa”, que derrubaria o presidente Lula.

A primeira linha de apuração é para identificar os possíveis autores intelectuais dos ataques golpistas, e é essa frente que pode chegar a eventual responsabilidade do ex-presidente no fomento das ações radicais. Bolsonaro já era um dos alvos do inquérito das milícias digitais por causa de sua atuação na live de 29 de julho de 2021 e pelo vazamento de um inquérito sigiloso sobre um ataque hacker ao Tribunal Superior Eleitoral.

A segunda linha de apuração vai investigar as supostas omissões de agentes públicos durante a movimentação de pessoas para o acampamento em frente ao quartel-general do Exército e depois para a praça dos Três Poderes. O ex-ministro Anderson Torres, o governador afastado Ibaneis Rocha (DF-MDB) e integrantes das forças de segurança do Distrito Federal são alvos nessa frente.

A terceira linha de apuração tem como objetivo detalhar como se deram os preparativos e as invasões ao Palácio do Planalto, Congresso Nacional e STF (Supremo Tribunal Federal) e miram os golpistas atuantes diretamente na quebradeira, os financiadores e os agentes públicos envolvidos.

A quarta e última linha de investigação está voltada para apurar a responsabilidade dos vândalos que participaram dos ataques golpistas – os atos antidemocráticos e terroristas. A PF pretende avançar sobre como suas investidas golpistas insuflaram seus apoiadores contra o Estado democrático de Direito e desaguaram nos ataques aos três Poderes.

Economia

Cooperativas participaram de atos golpistas

Máquinas na pista. Foto: Sibonei Nacimento, do Portal da Cidade de Guaratuba.
Rodovias bloqueadas. Foto: Sibonei Nacimento/ Portal da Cidade/Guaratuba

Dirigentes de duas cooperativas que receberam investimento do governo na gestão Jair Bolsonaro participaram de atos golpistas nos últimos meses e tiveram encontros com membros da família do ex-presidente da República.

O caminhoneiro Eloir Dedonatti, conhecido nas redes sociais como Padre do Bolsonaro, consta na Receita Federal como diretor da Cooperativa Grão de Ouro, de Chapecó (SC). Ele se apresenta em vídeos nas redes sociais como o presidente da cooperativa.

Segundo documentos obtidos pela Folha, a cooperativa recebeu cerca de R$ 200 mil em investimentos do governo federal com tanque de combustível, contêiner e cerca de 15 mil litros de diesel. O investimento foi encaminhado através da Unicafes (União Nacional das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária), que gere o projeto Roda Bem Caminhoneiro Cooperativista, do Ministério da Cidadania. O valor total do projeto é de R$ 17,9 milhões.

Dedonatti esteve nas paralisações em rodovias federais e em frente ao quartel-general do Exército em Brasília. Ele foi de caminhão ao local. Há vídeos e fotos publicadas nas redes sociais dele em bloqueios nas rodovias e no QG desde setembro do ano passado.

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