O guru do ex-presidente Jair Bolsonaro, Olavo de Carvalho, pouco tempo antes de morrer, há um ano, além prever a prisão do ex-mandatário, dissera na época que havia um impasse no Brasil, onde ou o então presidente prenderia os ministros do Supremo Tribunal Federal ou eles o prenderiam. Parece que a balança oscilou favoravelmente ao Supremo Tribunal Federal (STF), que, a pedido de Alexandre de Moraes, prendeu mais de 1,5 mil bolsonaristas que participaram dos atentados terroristas em 8 de janeiro de 2023.

“Ou o Bolsonaro prende a turma do STF, ou ela o prende”, sentenciou o “Rasputin” de Bolsonaro.

A raiz desses atos antidemocráticos de hoje está intrinsecamente ligada aos ensinamentos de Olavo de Carvalho, que pregava a liberação do armamento para a população civil e o terror como política de manutenção do neoliberalismo econômico, qual seja, a prevalência da especulação sobre os interesses da sociedade brasileira – sobretudo do controle ideológico dos trabalhadores e das camadas mais pobres, sociologicamente denominada de “lumpemproletariado“.

O astrólogo Olavo de Carvalho, aos 74 anos, morreu por complicações da covid-19, que ele negava e combatia as campanhas de vacinação. Ele faleceu no dia 24 de janeiro de 2021 em um hospital na região de Richmond, no estado americano da Virgínia, nos Estados Unidos, onde ele vivia.

No entanto, a principal “obra” de Olavo de Carvalho pôde ser experimentada no último dia 8 de janeiro em Brasília, quando bolsonaristas, extremistas, atacaram as sedes dos três poderes [Congresso Nacional, Supremo e Palácio do Planalto]. Foi uma tentativa explícia de golpe de Estado para implantar uma nova ditadura no País.

Em uma de suas últimas previsões, em dezembro de 2021, Olavo cravou que Jair Bolsonaro não seria reeleito nas eleições de 2022. Além disso, em abril daquele ano, o guru ainda previu que Bolsonaro seria preso por determinação do STF.

Polêmico e desbocado

Olavo de Carvalho habitava o submundo da extrema direita e poucos o conheciam. No entanto, com a vitória de Bolsonaro, em 2018, ele emergiu polemizando com militares, políticos, comunistas, religiosos e até com o presidente da República. Acabou isolado e, de certa forma, abandonado pelo clã Bolsonaro no final da vida.

O guru do presidente aspirava construir um jornal – Brasil Sem Medo – com o apoio do governo federal, porém, com o tempo, Olavo foi escanteado do Palácio do Planalto devido suas posições extremistas.

Ex-comunista do PCB, Olavo chamava Bolsonaro de “frouxo” porque o ex-presidente nada fizera para evitar prisões de quadros da direita, que se manifestaram contra o Supremo Tribunal Federal e o Congresso. “Vamos acabar todos presos”, previu certa feita o guru, que não esquecia de citar na lista o então presidente e os filhos do mandatário [Flávio, Carlos, Eduardo e Renan Bolsonaro].

Desbocado, Olavo de Carvalho não poupava jornalistas, políticos e religiosos de sua afiadíssima língua. Os adversários o acusavam de gostar muito de dinheiro – acima do que o projeto ideológico exigia.

Ao reclamar da demissão de quadros da extrema direita, ligado a ele, Olavo disse “que o Brasil vai se dar muito mal, não venham com esperanças tolas. Existe uma chance (de voltar), mas muito remota. Se Bolsonaro acordar, e eu não sei como fazê-lo acordar.”

Olavo de Carvalho morreu, mas o ex-presidente Jair Bolsonaro continua dormindo – segundo a premissa do falecido guru.

O ex-presidente Jair Bolsonaro está foragido nos Estados Unidos desde 30 de dezembro e o Blog do Esmael, com exclusividade, apurou que ele pretende retornar ao Brasil no próximo dia 3 de fevereiro.

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