Olavo de Carvalho, 74 anos, morre após prever derrota de Jair Bolsonaro em 2022

Uma nota de falecimento na madrugada desta segunda-feira (24/01) calou a voz do astrólogo Olavo de Carvalho, aos 74 anos, por complicações da covid-19, que ele negava e combatia as campanhas de vacinação.

Olavo de Carvalho morreu em um hospital na região de Richmond, no estado americano da Virgínia, nos Estados Unidos, onde ele vivia.

O guru político e espiritual do presidente Jair Bolsonaro (PL) estava internado com problemas de saúde. Na nota do perfil do escritor, não há menção sobre a causa do falecimento dele. Entretanto, Olavo anunciou no último dia 16 que estava com Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.

Em uma de suas últimas previsões, em dezembro de 2021, Olavo cravou que Jair Bolsonaro não seria reeleito nas eleições deste ano. “Existe uma chance (de voltar), mas muito remota” [veja mais ao final do texto].

Nota de falecimento

Olavo Luiz Pimentel de Carvalho (1947-2022)

Com grande pesar, a família do professor Olavo de Carvalho comunica a notícia de sua morte na noite de 24 de janeiro, na região de Richmond, na Virgínia, onde se encontrava hospitalizado.

Economia

Polêmico e desbocado

Olavo de Carvalho habitava o submundo da extrema direita e poucos o conheciam. No entanto, com a vitória de Bolsonaro, em 2018, ele emergiu polemizando com militares, políticos, comunistas, religiosos e até com o presidente da República. Acabou isolado e, de certa forma, abandonado pelo clã Bolsonaro no final da vida.

O guru do presidente aspirava construir um jornal –Brasil Sem Medo– com o apoio do governo federal, no entanto, com o tempo, Olavo foi escanteado do Palácio do Planalto devido suas posições extremistas.

Ex-comunista do PCB, Olavo chamava Bolsonaro de “frouxo” porque o presidente nada fizera para evitar prisões de quadros da direita, que se manifestaram contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso. “Vamos acabar todos presos”, previu certa feita o guru, que não esquecia de citar na lista o presidente e os filhos do mandatário.

Desbocado, Olavo de Carvalho não poupava jornalistas, políticos e religiosos de sua afiadíssima língua. Os adversários o acusavam de gostar muito de dinheiro –acima do que o projeto ideológico exigia.

Ao reclamar da demissão de quadros da extrema direita, ligado a ele, Olavo disse “que o Brasil vai se dar muito mal, não venham com esperanças tolas. Existe uma chance (de voltar), mas muito remota. Se Bolsonaro acordar, e eu não sei como fazê-lo acordar.”

Olavo de Carvalho morreu, mas é o presidente Jair Bolsonaro que continua a dormir.