Militares lotados na Presidência participaram de atos golpistas em frente ao quartel-general do Exército

Um relatório obtido pelo Ministério da Justiça aponta a participação de pelo menos oito militares da ativa lotados na Presidência da República durante o governo de Jair Bolsonaro em atos golpistas ocorridos no ano passado. O relatório, produzido durante a transição de governo, baseou-se em conversas obtidas de grupos de WhatsApp. Os militares estavam alocados no Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência, e participaram de grupos de WhatsApp em que foram trocadas e compartilhadas mensagens antidemocráticas e ameaças ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Dois dos militares mencionados no relatório tiveram a dispensa da Presidência publicada no Diário Oficial da União recentemente. Alguns dos militares confirmaram a ida ao acampamento, mas negaram que tenham se manifestado politicamente ou apoiado posições antidemocráticas e violentas.

O acampamento em questão foi instalado em frente ao quartel-general do Exército em Brasília e abrigou apoiadores de Bolsonaro envolvidos em episódios violentos, incluindo a tentativa de invasão ao prédio da Polícia Federal e depredações na região central de Brasília, em 12 de dezembro, e o ataque aos prédios do Supremo Tribunal Federal, Congresso e Palácio do Planalto em 8 de janeiro. O acampamento foi esvaziado pela Polícia Militar do Distrito Federal em 9 de janeiro, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do STF.

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