O Partido da Causa Operária (PCO) saiu em defesa do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), após o político realizar um discurso com uma peruca loira no Dia Internacional da Mulher. A legenda de extrema-esquerda afirmou que a tentativa de cassar o mandato de Nikolas por conta de seu discurso é uma “política medieval” e que a liberdade de expressão deve ser irrestrita.
Sobre a posição do PCO em relação a Nikolas Ferreira:
- PCO defende liberdade de expressão de Nikolas;
- Critica tentativa de cassação como “política medieval”;
- Liberdade de expressão deve ser irrestrita;
- Cassação de Nikolas abriria precedente perigoso;
- Compara situação do deputado com a de Julian Assange;
- Liberdade de expressão é um direito fundamental; e
- Requião também defende liberdade expressão e prerrogativa parlamentar de Nikolas.
Para o PCO, a função de um parlamentar é se expressar e a esquerda não deve apoiar a censura. Além disso, a cassação de Nikolas abriria um precedente perigoso para todos os parlamentares. O partido comparou a situação do deputado com a do ativista Julian Assange, fundador do site WikiLeaks, e questionou se a esquerda que defende a cassação de Nikolas também apoiaria a prisão de Assange.
Rui Costa Pimenta, presidente do PCO, reforçou a posição do partido e disse que a liberdade de expressão é um direito fundamental e que qualquer tentativa de limitá-la seria uma volta da Inquisição.
Quem também defende o direito de expressão e a prerrogativa de Nikolas é o ex-governador do Paraná, Roberto Requião (PT), para quem o parlamantar do PL deveria ter sido “destruído” em plenário. De acordo com Requião, a cassação de Nikolas abriria precedente para cassar o mandato do deputado paranaense Renato Freitas (PT), embora os discursos de ambos sejam de natureza completamente diferente.
Nikolas Ferreira causa polêmica ao fazer discurso transfóbico no Dia das Mulheres
No plenário da Câmara, o deputado federal Nikolas Ferreira fez um discurso controverso no Dia Internacional das Mulheres. Vestindo uma peruca loira, ele se autodenominou “Deputada Nicole” e disse que se sentia mulher. Em seguida, proferiu uma fala considerada transfóbica, afirmando que as mulheres estão perdendo espaço para homens que se sentem mulheres.
“Hoje, no Dia Internacional das Mulheres, a esquerda disse que eu não poderia falar, porque eu não estava no meu local de fala. Solucionei esse problema [vestiu uma peruca]. Hoje, me sinto mulher. [Sou a] Deputada, Nicole. As mulheres estão perdendo seu espaço para homens que se sentem mulheres”, disse ele.
O discurso de Nikolas Ferreira causou indignação e revolta nas redes sociais e em diversas organizações que lutam pelos direitos LGBT+. Vale lembrar que em 2019, o Supremo Tribunal Federal (STF) equiparou a transfobia ao crime de racismo, ou seja, é uma conduta discriminatória que pode ser punida pela lei.
A atitude do deputado também foi criticada por diversos parlamentares e pela sociedade em geral, que reforçaram a importância do respeito e da inclusão de todas as identidades de gênero.
LEIA TAMBÉM
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.