Lula se posiciona como mediador na guerra entre Rússia e Ucrânia, e proposta brasileira pelo fim das hostilidades é aceita em resolução da ONU

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva irá telefonar para o presidente da Ucrânia, Vladimir Zelensky, em um esforço para se posicionar como interlocutor para um possível processo de mediação no conflito entre Moscou e Kiev. A mudança na postura brasileira foi estabelecida depois que os chanceleres dos dois países se reuniram em Munique (Alemanha). A data da conversa ainda não foi definida, mas o chanceler russo, Sergei Lavrov, também fará uma visita ao país em abril. A informação é do jornalista Jamil Chade, colunista do UOL, e foi confirmada pelo Blog do Esmael.

Em entrevista à CNN, Lula condenou a invasão da Rússia ao território ucraniano, mas reforçou que isso não significa que o Brasil entrará na guerra em apoio aos ucranianos. O governo de Kiev aceitou de forma positiva a proposta do Brasil de incluir um apelo pelo fim das hostilidades em uma resolução que será colocada para o voto na Assembleia Geral da ONU na semana seguinte.

Durante a conferência de segurança em Munique, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, teve mais de uma dezena de reuniões bilaterais, nas quais o tema da guerra foi tratado. Ao contrário do que ocorreu nas primeiras semanas do governo Lula, os interlocutores estrangeiros abandonaram os pedidos ao Brasil por munição para a Ucrânia.

Para governos estrangeiros, a postura do Brasil de manter-se fora do conflito pode ser “útil”, quando a situação entrar em um momento de busca pela paz. O governo ucraniano trabalha com seus parceiros europeus para que um plano com dez pontos possa ser o início de um diálogo de paz, mas o governo brasileiro acredita que não sejam necessários todos os itens para que a mediação possa começar.

O Brasil pretende atuar como mediador na guerra que completa um ano na Europa, mesmo que a percepção é de que não haverá um envolvimento direto do país na guerra. O ex-presidente Jair Bolsonaro se manteve distante da guerra e evitou contatos com o governo ucraniano.

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