Joe Biden rompe com Benjamim Netanyahu de olho na reeleição de novembro

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, iniciou uma manobra delicada ao romper com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e sua estratégia na guerra de Gaza. Esta mudança de curso, entretanto, não significa um distanciamento total dos EUA de Israel, pois Biden continua a apoiar Israel em sua luta contra o Hamas, que ainda mantém reféns.

Essa virada estratégica dos EUA em relação ao primeiro-ministro não foi causada por um incidente isolado, mas sim por uma acumulação de eventos e decisões de Netanyahu nas últimas semanas.

Nos bastidores, autoridades americanas expressam extrema frustração com o que veem como ingratidão por parte de Netanyahu. Biden, juntamente com altos funcionários da Casa Branca e do Departamento de Estado, esperava usar a guerra para impulsionar seu mega-acordo com a Arábia Saudita após o conflito. No entanto, ele atribui a Netanyahu a responsabilidade pelo fracasso desse acordo.

O discurso do “Estado da União” de Biden, na quinta-feira, foi um sinal significativo de sua mudança em relação a Netanyahu. Embora o presidente não tenha mencionado o primeiro-ministro pelo nome, referiu-se à “liderança de Israel”. Durante o discurso, Biden foi relativamente contido em suas críticas ao governo israelense. No entanto, uma conversa pós-discurso com um senador democrata, captada por um microfone ligado, revelou a verdadeira opinião do presidente.

Biden afirmou: “Eu disse a Bibi: ‘Você e eu vamos ter uma reunião séria.'” Ele explicou mais tarde que “reunião séria” é uma expressão usada no sul do seu estado, significando uma conversa importante. O presidente, com uma relação de 50 anos com Netanyahu, afirmou que este precisa prestar mais atenção às vidas inocentes perdidas nas ações em Gaza, destacando que Netanyahu está prejudicando mais do que ajudando Israel, indo contra os princípios do país.

Biden encontra-se em uma posição semelhante a três de seus antecessores: Clinton, Obama e Trump, todos os quais tiveram desafios em suas relações com Netanyahu. Contudo, a situação é mais crítica agora, considerando a pior crise que Israel enfrenta em mais de 50 anos, a região em ebulição no início do Ramadã e a campanha presidencial ganhando intensidade.

Economia

O ponto crucial pode ser a operação militar que Netanyahu está planejando em Rafah, onde mais de 1,5 milhão de palestinos estão abrigados após serem deslocados de outras partes de Gaza. Se nenhum acordo de reféns for alcançado em breve, essa operação poderá ocorrer em abril, sendo definida por Biden como uma “linha vermelha”.

A relação entre Biden e Netanyahu está em uma encruzilhada, com o presidente americano optando por uma abordagem mais crítica em meio aos desafios enfrentados por Israel.

O futuro dessa relação dependerá das ações que se desenrolarão nas próximas semanas, com a operação em Rafah sendo um ponto de inflexão potencial.

Este é um momento crucial não apenas para as relações bilaterais, mas também para o papel dos EUA no Oriente Médio, bem como na campanha de reeleição do presidente democrata Joe Biden.

No dia 155 de guerra em Gaza, o Ministério da Saúde do Hamas anunciou neste domingo (10/3) um novo balanço de 31.045 mortos na Faixa de Gaza desde o início da guerra entre Israel e o movimento palestino. Pelo lado de Israel, são 1.200 mortos desde 7 de outubro.

Otimismo de Joe Biden com cessar-fogo não foi confirmado pelo Hamas.
Joe Biden, o Senhor da Guerra, corre o risco de ser afundado pelo abraço de afogado de Netanyahu.

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