Após recuo no aumento de 48% no próprio salário, Javier Milei ameaça cortar pensão de Cristina Kirchner

Cristina Fernández de Kirchner, ex-presidente da Argentina, não deixou sem resposta as recentes ameaças proferidas por Javier Milei, conhecido ultradireitista. Após um acirrado debate nas redes sociais sobre o decreto que resultou em aumentos substanciais para o pessoal hierárquico do Poder Executivo, Milei ameaçou cortar a aposentadoria de Cristina e atribuir-lhe o benefício mínimo.

A troca de farpas começou com Milei anunciando, às 00:30 da madrugada, a anulação dos aumentos salariais para todo o gabinete nacional e desafiando Cristina a aceitar uma aposentadoria mínima. Em resposta, a ex-presidente questionou a necessidade do atual presidente ameaçar via internet, fazendo alusão à letra de uma música dos Redondos – banda argentina que foi uma influente e marcante representante do rock argentino nos anos 80 e 90. Além disso, Cristina Kirchner aconselhou o atual presidente a manter a calma e a respeitar os horários normais, enfatizando a dificuldade de governar a Argentina.

A ameaça de Milei, divulgada através do Twitter, foi uma reação ao decreto assinado por ele, em conjunto com seu chefe de gabinete e a ministra de Capital Humano, que resultou em um aumento de 48% nos salários do Poder Executivo. Este aumento, composto por decisões anteriores, elevou o salário bruto do presidente de 4.068.728 pesos em janeiro para 6.025.801 em fevereiro.

Em meio à repercussão, Milei tentou culpar Cristina, mencionando um decreto de 2010 que, segundo ele, estabelecia que os cargos políticos deveriam receber mais do que os funcionários públicos. No entanto, a deputada Julia Strada desmascarou essa alegação, destacando que, em janeiro, Milei assinou um decreto excluindo as autoridades superiores do aumento, mas posteriormente incluiu a si mesmo em fevereiro.

Cristina Kirchner não poupou críticas, acusando o presidente de querer desviar a atenção do aumento salarial concedido a si mesmo e a seus funcionários. Ela desafiou o presidente a admitir sua decisão, destacando a diferença entre os decretos assinados por ela há 14 anos e as recentes ações do governo.

A controvérsia continua a crescer, evidenciando as disputas políticas e econômicas que permeiam o cenário argentino. O bate-boca entre Milei e Kirchner mostra uma polarização parecida com a brasileira, entre Lula e Bolsonaro, que em essência não interessa à sociedade. Portanto, Argentina e Brasil precisam de desenvolvimento, pleno emprego, consumo e democracia.

Economia

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