O Senado se reunirá nesta quarta (1º/2) e quinta-feira (2/2) para eleger o novo presidente e outros membros da Mesa. A votação será feita no Plenário com presença da maioria absoluta dos parlamentares (41 senadores) e será secreta.
A orientação é de que o presidente seja eleito pelo maior número de votos. Se houver um segundo turno, os dois mais votados concorrerão.
A Mesa tem mandato de dois anos e tem a função de convocar e presidir as sessões do Senado, cuidar de eleições internas, votações secretas, correspondências e identificação de senadores.
O presidente tem a atribuição de presidir as sessões, dar posse aos senadores, comunicar interesses do Senado e do país, definir a ordem do dia, impugnar proposições contrárias à Constituição ou leis, entre outras funções.
Pacheco é o favorito na eleição do Senado
Embora o atual presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), seja o favorito e conte com a torcida do governo Lula, a eleição de amanhã inspira cuidados do Palácio do Planalto.
Os senadores governistas e ministros do Supremo Tribunal Federal estão prontos para responder a qualquer crescimento inesperado no apoio a Rogério Marinho (PL-RN) na disputa pela presidência do Senado.
A base do governo projeta 51 a 55 votos para Rodrigo Pacheco e acredita que isso não vai mudar. No entanto, no improvável evento de um terremoto político, a rede política do presidente Lula e de ministros do STF com maior envolvimento político estará pronta para agir.
O governo oferecerá indicações a senadores indecisos e, na pior das hipóteses, os juízes da Suprema Corte estão dispostos a conversar com os senadores para garantir seu apoio.
Bolsonarista Rogério Marinho espera surpreender
Rogério Marinho, candidato bolsonarista à presidência do Senado, estaria chateado com suposta interferência do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, na eleição para a chefia do Legislativo.
Os aliados de Marinho afirmam que Moraes ligou para alguns parlamentares pedindo seu voto para o atual presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que está concorrendo à reeleição.
Moraes teria argumentado que Pacheco está mais alinhado com a “democracia”.
Os aliados de Marinho acreditam que essa não é função de um ministro do STF e não deve envolver atividade política.
Independentemente do resultado da eleição, os aliados de Marinho acreditam que uma resposta a Moraes será necessária para mostrar que o papel de um ministro do STF não deve ser usado para fins políticos.
Se por um lado o presidente Lula torce para a reeleição de Pacheco, do outro, o ex-presidente Bolsonaro, foragido nos Estados Unidos, declarou apoio a Rogério Marinho, que foi ministro no governo passado.
Nos bastidores da política, em Brasília, se comenta que amanhã será a terceira derrota de Jair Bolsonaro em sequência: a primeira foi no segundo turno; a segunda no fracassado golpe de 8 de janeiro. Bolsonaro, no entanto, vê a disputa no Senado como possibilidade de terceiro turno. A conferir.
LEIA TAMBÉM
- Flávio Arns troca o Podemos pelo PSB, partido do vice-presidente; Lula fica sem oposição no Senado
- Deu chabu para servidores golpistas – AGU pede afastamento cautelar de envolvidos em atos terroristas
- A carta de Requião Filho sobre o primeiro mês do governo Lula
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.