Caso Pochmann: Simone Tebet pode ser a primeira baixa na área econômica do governo Lula

A possibilidade de uma mudança significativa na área econômica do governo Lula vem ganhando destaque nos bastidores políticos, com rumores apontando para a saída da atual Ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB).

A apuração é do Blog do Esmael.

O descontentamento da ministra com a nomeação do economista Marcio Pochmann, presidente do Instituto Lula, como novo presidente do IBGE, tem ensandecido neoliberais dentro e fora do governo.

Setores ligados à Simone Tebet, que incluem banqueiros e especuladores, têm expressado temores injustificados de que o novo presidente do IBGE possa mascarar os índices de inflação para reduzi-los artificialmente, supostamente com o objetivo de forçar uma queda na taxa de juros Selic e, consequentemente, tentar influenciar a saída do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, um representante dos bancos escolhido com mandato fixo ainda no governo Bolsonaro.

Essas alegações, veiculadas principalmente pela velha mídia corporativa, carecem de fundamentação e parecem mais pautadas em interesses políticos do que em evidências concretas.

Simone Tebet, conhecida como queridinha dos financistas neoliberais, também desfruta de uma relação amigável com a Globo e outros jornalões da velha mídia, o que pode explicar a ênfase dada a esse suposto conflito na sua área.

Economia

No entanto, é importante destacar que Marcio Pochmann é um renomado professor universitário e economista, e sua trajetória jamais permitiria qualquer tipo de falsificação de dados e estatísticas relacionadas ao governo.

Cabe mencionar que uma possível saída de Simone Tebet do governo pode antecipar a segunda parte da reforma ministerial, que estava prevista para ocorrer durante a votação da reforma tributária no Senado.

A aprovação dessa reforma na Câmara contou com a participação do Centrão, liderado por Arthur Lira (PP-AL), que teria custado ao Palácio do Planalto a concessão de dois ministérios e cerca de R$ 10 bilhões em emendas parlamentares.

Caso Simone Tebet venha a deixar o governo, o PT, partido do presidente Lula, provavelmente formará um núcleo duro na economia e indicará um petista de carteirinha para assumir o cargo de ministro do Planejamento.

Essa mudança poderá trazer impactos significativos para o governo, permitindo que o Senado avance em outras áreas de interesse do Centrão.

Tebet ingressou no governo Lula a despeito do MDB nacional, que não critica a ainda ministra em pública.

Ela foi candidata a presidente da República, em 2022, e apoiou Lula no segundo turno.

Portanto, os rumores em torno da possível saída de Simone Tebet do governo Lula têm suscitado debates e reflexões sobre os rumos da política econômica do país.

Além de discutir o IBGE, os neoliberais de plantão – açulados pela velha mídia [Globo, Estadão, Folha, Veja, et caterva] – também querem disputar com o presidente Lula e conduzir os rumos da economia brasileira.

Quem é Márcio Pochmann

Marcio Pochmann é economista, pesquisador e professor titular da Unicamp desde 1989.

Foi presidente da Fundação Perseu Abramo de 2012 a 2020, presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada entre 2007 e 2012 e secretário municipal de Desenvolvimento, Trabalho e Solidariedade de São Paulo de 2001 a 2004.

Pochmann deixará a presidência do Instituto Lula no próximo dia 31 de julho, quando haverá nova eleição para o órgão.

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