As forças vivas de Curitiba e do Paraná estão se levantado contra casos de racismo e, possivelmente, ação de grupos neonazistas que atacam pessoas negras, de esquerda, mulheres, enfim, minorias na capital paranaense.
A última vítima desse tipo de crime foi o músico Odivaldo Carlos da Silva, também conhecido como Neno, que sofreu violência racista e, possivelmente, neonazista. Ele tem 55 anos, 5 filhos e um neto.
Neno foi um dos fundadores da banda Djambi, no início dos anos 2000, uma das pioneiras do reggae no sul do Brasil e há de 20 anos na estrada.
A vereadora Carol Dartora (PT), deputada federal eleita, disse que foi “mais um caso gravíssimo e revoltante de violência racista em Curitiba envolvendo um possível adepto das ideologias neonazista e bolsonarista.”
Ela relata que um homem branco armado com faca e cassetete espancou um homem negro que caminhava em uma rua no centro da capital. “O criminoso ainda ordenou que o seu cachorro mordesse a vítima, o músico Odivaldo Carlos da Silva, também conhecido como Neno”, disse.
Testemunhas garantem que Neno foi vítima de racismo, pois o agressor já teria sido visto, dias antes, chamando Neno de macaco.
O crime ocorreu na Rua Doutor Faivre, no Centro de Curitiba, nas imediações da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
O presidente do PT de Curitiba, Angelo Vanhoni, divulgou nota condenando a agressão ao músico e reafirmou que racismo é crime. Segundo o documento, Neno foi vítima de uma violência racista e, possivelmente, neonazista.
O dirigente petista critica a polícia que não registrou o boletim de ocorrência como racismo e crime de ódio.
“É inaceitável que as autoridades policiais não investiguem e apliquem as punições cabíveis a esta violência racista, a qual Neno foi submetido”, diz Vanhoni.
Abaixo, leia a íntegra da nota:
RACISMO É CRIME!
Na tarde da última terça-feira (22), um homem negro foi brutalmente violentado no Centro de Curitiba. O músico Odivaldo Carlos da Silva, também conhecido como Neno, foi vítima de uma violência racista e, possivelmente, neonazista.
O criminoso foi identificado como Paulo Cezar Bezerra da Silva e segundo testemunhas que presenciaram as violências, ele já vinha atacando Neno dias antes do fato, com xingamentos racistas, chamando-o de macaco.
Durante o ataque criminoso, Paulo portava uma faca e um cassetete, que usou para espancar Neno, enquanto gritava frases como “é morador de rua, tem que apanhar”.
A atitude racista e violenta de Paulo foi registrada pela Polícia como lesão corporal e não menciona os outros crimes que já ficaram evidentes no registro das imagens.
É inaceitável que as autoridades policiais não investiguem e apliquem as punições cabíveis a esta violência racista, a qual Neno foi submetido.
“A prática do racismo constitui-se como crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei”. É o que determina nossa Constituição e é o que nós defendemos!
O PT de Curitiba não compactua com a atitude da polícia no registro dessa ocorrência. Faremos a denúncia do caso ao Ministério Público e vamos acompanhar o processo até que racistas não se fartem da impunidade.
Angelo Vanhoni
Presidente do PT Curitiba
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Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.