Black Friday do Ratinho Junior; assista ao vídeo

A APP-Sindicato, entidade representativa dos educadores do Paraná, fez comercial da Black Friday do governador Ratinho Junior (PSD), que pôs em liquidação escolas da rede pública do estado. Abaixo, assista ao vídeo.

Em um minuto, o comercial dos professores mostram que Ratinho Junior está fazendo maracutaia para favorecer empresários falidos da educação privada.

“Atenção empresários da rede privada de ensino”, alerta o comercial da APP. “A sua escola perdeu estudantes nos últimos anos? O seu lucro está caindo? Seus alunos estão indo para escola pública? E você não sabe mais o que fazer?”, pergunta a peça, lembrando o quadro humorístico “Organizações Tabajaras” do Casseta & Planeta.

Aí vem a solução mágica do governo do Paraná, segundo o spot.

“Seus problemas acabaram! Só na Black Friday de Ratinho Júnior você encontra 27 escolas estaduais em oferta”, diz o texto.

“Infraestrutura completa, quadras esportivas, refeitórios, laboratórios de informática, salas de aula. Tudoconstruído com dinheiro público e mais de 20 mil estudantes em liquidação”, informa o comercial sobre o projeto “Parceiros da Escola”.

Economia

“Não pague nada e ainda receba R$ 800 por aluno. Acabe com a educação pública do Paraná e salve a sua empresa. Só na Black Friday do Ratinho Júnior. O dinheiro sai da escola pública e vai para o seu bolso”, diz a propaganda da APP-Sindicato.

Assista ao vídeo com a Black Friday do Ratinho Junior:

Ratinho Junior vai pagar R$ 200 milhões pela privatização da educação no Paraná

O governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), foi derrotado na eleição de Jair Bolsonaro (PL), no entanto, o mandatário estadual manteve o projeto de privatização “biruta” de escolas da rede pública paranaense.

Ratinho Junior vai destinar R$ 200 milhões para empresas privadas assumirem a gestão administrativa, financeira e pedagógica de 27 escolas da rede pública. Mas o projeto do governador é transferir todas as 2,1 mil estabelecimentos de ensino para a gestão privada, além, é claro, as universidades estaduais.

“Nós estamos estudando as medidas jurídicas cabíveis para estancar esse brutal ataque ao ensino público”, adiantou o deputado estadual Tadeu Veneri (PT), que, em fevereiro, assume cadeira na Câmara Federal.

Privatização é contra a educação

A APP-Sindicato, entidade que representa cerca de 100 mil educadores do Paraná, criticou o Projeto de Lei 469, já aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP), onde o governo do estado alega que incompetência para fazer uma boa gestão de toda a rede.

Segundo o deptuado Professor Lemos (PT), na prática o projeto é a entrega da educação pública para a iniciativa privada. “Não há transparência nesse processo, o governo não consultou a comunidade escolar, não conversou com ninguém. É um flagrante desrespeito à nossa legislação”, disse ele em uma audiência pública na semana passada.

Análise crítica do PL

APP enviou a parlamentares da Comissão uma análise crítica do PL, que altera o programa Educa Juntos e atrela a educação dos municípios a programas da Seed. “Evidencia-se a preocupação com o controle e a implementação de uma concepção educacional empresarial para todo o estado do Paraná; concepção a que temos feito seguidas e contundentes críticas por não promover a cidadania e autonomia das escolas, professores e seus estudantes”, afirma o documento.

A APP considera que o projeto de lei 469 piora o Decreto 5.857, que instituiu o programa Educa Juntos em 2020 e garantiu a autonomia dos municípios na cooperação com o governo estadual. 

“O PL institui no plano municipal o projeto de educação que está em curso no Paraná pela Seed, restando pouco ou nenhum espaço de autonomia para os municípios”, registra a avaliação feita pelo Sindicato.

Negociata à vista

A Seed quer obrigar os municípios a adotarem tecnologias, programas e plataformas utilizados pela Seed, como RCO, SERE, Redação Paraná, Inglês Paraná. Essa “plataformização” integra um projeto de mercantilização da escola pública, que enriquece a iniciativa privada e empobrece o processo ensino-aprendizagem.

“Estes recursos tecnológicos que serão de obrigação dos municípios, poderão ou não ser custeadas pelo estado (art. art. 4º, §2º) o que abre a possibilidade que sejam cobradas pelo estado ou pelas empresas que disponibilizam ao estado estados estes programas e plataformas”, analisa a APP.

A medida vai custar cerca de R$ 24 milhões. Os recursos já estão previstos na Proposta de Lei Orçamentária para o exercício de 2023.

A falta de representatividade democrática no comitê executivo do Educa Juntos é outro problema apontado pela APP. O comitê não inclui representação dos trabalhadores na educação nem da Assembleia Legislativa, por exemplo.

A APP critica também a tramitação do projeto de lei em regime de urgência, o que impede que o tema seja debatido adequadamente.

Privatização “biruta” ou  picaretagem?

O governo do Paraná vai pagar R$ 200 milhões para empresas privadas que irão piorar – e muito – a qualidade da educação na rede da educação básica, avaliam especialistas em educação. Ou é uma inconsequência, uma política de “biruta”, ou é picaretagem mesmo, que precisa ser investigada a fundo pelo Ministério Público.

privatização é contra a educação.

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