Campos Neto faz campanha no Senado para permanecer na presidência do Banco Central

Campos Neto repete suposto equilíbrio entre responsabilidade fiscal e social em discurso no Senado

Algumas horas depois de a bancada do PT na Câmara dos Deputados lançar a ideia da Frente Parlamentar contra os “juros abusivos”, pela redução das altas taxas de juros, Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central do Brasil, falou em solenidade no Congresso para comemorar os 130 anos do Tribunal de Contas da União. Ele está em campanha para permanecer na presidência do BC.

Em seu discurso, Campos Neto enfatizou a importância da disciplina fiscal e do equilíbrio entre questões econômicas e sociais. Ele também destacou a necessidade de transparência na gestão das contas públicas e ganhos institucionais.

Apesar das críticas do presidente Lula e de outros petistas em relação aos juros praticados pelo Banco Central, Campos Neto assumiu um tom conciliador e afirmou que trabalhará para estreitar a cooperação com o governo federal.

Aqui, você assiste ao pronunciamento de Campos Neto:

Campos Neto faz campanha no Senado para permanecer na presidência do Banco Central

Abaixo, a matéria do site Metrópoles – parceiro do Blog do Esmael – sobre a presença de Campos Neto na cerimônia do TCU:

Economia

No Senado, Campos Neto defende “disciplina fiscal” e “olho no social”

Roberto Campos Neto, presidente do BC, participou de sessão solene do Congresso para celebrar os 130 anos do Tribunal de Contas da União

Em meio às polêmicas com o governo federal sobre a taxa de juros e a meta de inflação, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, participou, nesta quarta-feira (15/2), de sessão solene do Congresso Nacional para celebrar os 130 anos do Tribunal de Contas da União (TCU).

Em discurso durante a cerimônia, Campos Neto defendeu que o país tenha “disciplina fiscal” e concilie pautas econômicas e sociais.

“Hoje, o que a gente precisa concentrar é em ter uma disciplina fiscal, entendendo que precisamos ter um olho mais especial no social. Quanto mais transparente e eficiente o público for, mais aptos seremos de captar recursos privados”, afirmou.

O presidente do BC também afirmou que o país deve manter o “avanço nos ganhos institucionais” e ressaltou a importância de ter transparência na administração das contas públicas.

Críticas de Lula

Campos Neto tem sido alvo de críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de outros petistas pela taxa de juros exercida pelo BC. Para o mandatário, o índice estabelecido pelo Banco Central atrapalha a recuperação da economia brasileira.

Lula também tem criticado a autonomia do Banco Central, aprovada há um ano pelo Congresso Nacional. A independência da instituição, no entanto, é consenso nas duas Casas Legislativas. Parlamentares da base aliada do governo e da oposição avaliam que não há chances de alterar a legislação que deu autonomia ao Banco Central.

Apesar das alfinetadas do presidente, Campos Neto tem adotado tom conciliador diante das críticas. Em entrevista ao programa Roda Viva na última segunda-feira (13/2), o chefe do BC disse que atuará para aproximar a instituição do governo federal.

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Sobre a Frente Parlamentar da Câmara dos Deputados contra os juros altos

A bancada do Partido dos Trabalhadores (PT) na Câmara dos Deputados pretende criar uma Frente Parlamentar contra os “juros abusivos” para lidar com as altas taxas de tributações bancárias. O objetivo é debater a manutenção da taxa Selic em 13,75% e convocar o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, para que ele explique a política monetária da instituição.

O tema dos juros tem sido destaque no debate político e econômico nacional, e segundo os petistas, a manutenção da taxa Selic é um tema central para os rumos da economia brasileira e para a geração de empregos.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, também criticou a taxa Selic e a cultura de juros altos no Brasil, questionando a justificativa dada pelo Banco Central e falando em rever a autonomia da instituição quando terminar o mandato do atual presidente.

A criação da frente parlamentar deve acontecer após o Carnaval.