O presidente Lula e o PT colocaram na cabeça que precisam trocar o presidente do Banco Central, hoje sob comando do bolsonarista Roberto Campos Neto, se quiserem efetivamente derrubar a alta taxa de juros – a maior do mundo. Os argumentos que justificam o novo mantra dos petistas [reduzir a taxa de juros] estão relacionados abaixo.
O Brasil apresenta uma inflação abaixo dos 6% mas, mesmo assim, ocupa a posição de liderança em relação aos indicadores de juros reais do mundo, com uma taxa de 8,16%. Esta taxa está muito à frente de países como México (5,39%) e Chile (4,66%), que ocupam as segunda e terceira posições, respectivamente, no ranking.
A taxa de juros real é calculada como a diferença entre a taxa de juros nominal e a inflação. No Brasil, a taxa de juros nominal é de 13,75%, atrás apenas da Argentina, que apresenta uma taxa de 75%. No entanto, a hiperinflação na Argentina anula sua taxa de juros real.
Em comparação, nos EUA, a taxa de juros real é negativa, mesmo com economistas discutindo uma redução da taxa nominal atualmente em torno de 4,75%. Economistas como Márcio Pochmann e Luiz Carlos Bresser-Pereira criticam o Banco Central independente pelo manutenção de juros elevados e por prejudicar o crescimento econômico.
A taxa de juros nominal no Brasil começou em 6,5% no início do governo Bolsonaro, mas aumentou após a aprovação da Lei da Independência do Banco Central em 2021, concedendo autonomia a Roberto Campos Neto. Em menos de um ano e meio, a taxa de juros subiu 11,75 pontos. A decisão foi acordada com o então Ministério da Economia de Paulo Guedes, com a justificativa de segurar a inflação. No entanto, a hiperinflação atual de 12,3% coloca o Brasil na posição de liderança dos países com as maiores taxas de juros e inflação no mundo.
Lula precisar urgentemente trocar presidente do Banco Central, se quiser derrubar a taxa de juros que trava o crescimento da economia brasileira.
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Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.