Bolsonaro repete negacionismo na fome de 33 milhões de pessoas

Depois de liderar um movimento internacional do negacionismo em relação à pandemia, o presidente cessante Jair Bolsonaro (PL) agora repete esse ato ao negar a existência de 33 milhões de pessoas que diariamente passam fome no Brasil.

Há 20 dias, Bolsonaro disse em uma entrevista que “fome no Brasil, fome para valer, não existe da forma como é falado”.

– Esse discurso de 30 milhões passando fome não é verdade esse número. Você pode ver quem diz isso. Não vou falar quem é o cara, vocês sabem quem é – negou o inquilino do Palácio do Planalto.

De acordo com a Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (PENSSAN), 3 em cada dez famílias brasileiras tiveram dificuldades para comprar alimentos e tiveram que reduzir a quantidade de algum item – sofrendo insegurança alimentar moderada ou grave. O estudo foi divulgado na quarta-feira (14/09).

O estudo ainda aponta que 125,2 milhões de pessoas têm preocupação sobre a disponibilidade de alimentos, com algum grau de indisponibilidade dos mesmos ou passando fome – ou seis em cada dez famílias brasileiras – qual seja, estão no grupo da insegurança alimentar.

Em números absolutos, a região Sudeste, a mais rica do país, tem o maior número de pessoas passando fome, embora os estados do Norte e Nordeste, proporcionalmente, concentrem o maior número de famintos.

Economia

O negacionismo de Bolsonaro foi ressaltado quando ele disse que se for a qualquer padaria, não tem ninguém [faminto] ali pedindo para comprar um pão para comer.

– Isso não existe. Eu falando isso estou perdendo votos, mas a verdade você não pode deixar de dizer – insistiu o presidente ao Ironberg Podcast, um canal produzido por fisiculturistas.

Segundo a definição mais aceitável, negacionismo é a escolha de negar a realidade como forma de escapar de uma verdade desconfortável.

O negacionismo também é a negação de evidências muito claras, de um consenso claro entre especialistas, sem uma base de evidências sólidas e a partir da criação de uma narrativa fantasiosa.

Bolsonaro importou dos EUA o “negacionismo” na pandemia, estendeu-a para negar a questão da fome, e ainda deu uma pitada com a suposta fraude nas urnas eletrônicas.

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