Urgente: Roberto Jefferson troca tiros com a Polícia Federal [vídeo]

O ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) trocou tiros neste domingo (23/10) com a Polícia Federal. Ele resiste à ordem de prisão determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF).

A PF afirmou que uma agente foi atingida por disparos e foi hospitalizada. Um delegando também foi atingido na cabeça por estilhaços de granadas e disparos de arma de fogo.

Jefferson publicou vídeos garantindo que irá resistir e afirmou que STF e PF estão humilhando a ele e sua esposa dele. “Pela quarta vez. Eles pisam calcinhas e sutãs de minha mulher por um crime de opinião. Não sou ligado ao PCC ou crime organizado”, disse ele.

– Vou cair de pé porque eu sou um líder, vaticinou ele.

O tiroteio entre Jefferson e a polícia ocorreu no município de Levy Gasparian (RJ), a 160 km da capital fluminense.

A ordem de prisão de Jefferson ocorre a uma semana da eleição.

Economia

O setor de inteligência da PF detectou que Jefferson iria esperar até terça-feira (25/10), prazo limite para prisões em flagrante, para tentar tumultuar o processo eleitoral no segundo turno.

– Meu pai não atirou em ninguém. O policial foi atingido apenas na troca de tiros por estilhaços de bala. Quem estiver perto corra pra lá. Bairro Golf, condomínio Marlene Novaes em Comendador Levy Gasparian. Aeroporto mais perto é o de Juíz de Fora – escreveu a filha de Jefferson, a ex-deputada Cristiane Brasil.

Roberto Jefferson acredita que será morto hoje. A filha dele também.

Ex-deputado pelo PTB, Jefferson é aliado de primeira hora do presidente Bolsonaro. Ele estava proibido de usar redes sociais em virtude do inquérito que apura atividades de uma organização criminosa, que teria agido para atentar contra o Estado Democrático de Direito.

Vivinho da Silva, Roberto Jefferson telefonou para o presidente da República – seu dileto amigo – dizendo que se entregaria somente ao ministro da Justiça, Anderson Torres.

Por determinação de Bolsonaro, Torres voou para Levy Gasparian, na região Sul do estado do Rio.

Ofensas à ministra Cármen Lúcia

O STF revou a prisão domiciliar do ex-deputado federal Roberto Jefferson em razão de um vídeo em que ele profere xingamentos contra a ministra da corte Cármen Lúcia.

“O conteúdo agressivo, machista, misógino e discriminatório expresso no vídeo divulgado recentemente pelo ex-parlamentar Roberto Jefferson é uma excrecência, afronta a todas as mulheres, a sociedade e as instituições republicanas”, diz o manifesto da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia, que pediu a revogação da prisão de Jefferson.

Na sexta-feira (21/10), Jefferson disseminou nas redes sociais da filha o seguinte vídeo:

– Lembra mesmo aquelas prostitutas, aquelas vagabundas, arrombadas, né? Aí que viram para o cara e dizem: ‘E, benzinho, no rabinho, nunca dei o rabinho, pela primeira vez. É a primeira vez’. Ela fez pela primeira vez, ela abriu mão da inconstitucionalidade pela primeira vez. Ela diz assim: ‘é inconstitucional, censura prévia é contra a súmula do Supremo’, mas é só dessa vez benzinho. Bruxa de Blair – disparou.

Vários setores da sociedade manifestaram solidariedade à Cármen Lúcia no episódio.

Bolsonaro fala sobre a troca de tiro entre Jefferson e PF

O presidente Bolsonaro, pelo Twitter, se manifestou sobre o envolvimento de seu aliado político no tiroteio que feriu dois agentes da Polícia Federal.

– Repudio as falas do Sr. Roberto Jefferson contra a Ministra Carmen Lúcia e sua ação armada contra agentes da PF, bem como a existência de inquéritos sem nenhum respaldo na Constituição e sem a atuação do MP.

– Determinei a ida do Ministro da Justiça ao Rio de Janeiro para acompanhar o andamento deste lamentável episódio.

Lula comentou o tiroteio de aliado de Bolsonaro

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), também pelo Twitter, divulgou nota de solidariedade à ministra Cármen Lúcia.

– As ofensas contra a Cármen Lúcia não podem ser aceitas por ninguém que respeita a democracia. Criaram na sociedade uma parcela violenta. Uma máquina de destruição de valores democráticos. Isso gera o comportamento como o que vimos hoje – disse o candidato do PT, referindo-se ao tiroteio envolvendo o aliado do adversário.

Lula afirmou ainda durante uma coletiva de imprensa que “não é um comportamento adequado” e que nunca antes se viu “uma aberração dessa” na política brasileira.

– Nós disputamos tantas eleições, a gente nunca viu uma aberração dessa, uma ofensa dessa, uma cretinice dessa que esse cidadão que é o meu adversário estabeleceu no país – disse o ex-presidente, que atribuiu esse tiroteio ao adversário Bolsonaro.

– Ele [Bolsonaro] conseguiu criar nesse país uma parcela da sociedade brasileira raivosa, com ódio, mentirosa e que espalha fake news o dia inteiro sem se importar se o filho dele tá vendo mentira ou não – afirmou o petista.

Presidente do STF divulgou nota em solidariedade a Cármen Lúcia

Presidente do Supremo Tribunal Federal, Ministra Rosa Weber, manifesta veemente repúdio a agressões contra Ministra Cármen Lúcia. Abaixo, leia a íntegra:

O Supremo Tribunal Federal manifesta seu veemente repúdio à agressão sórdida e vil, expressão da mais repulsiva misoginia, de que foi vítima a Ministra Cármen Lúcia em função de sua atuação jurisdicional, no âmbito do Tribunal Superior Eleitoral.

Condutas covardes dessa natureza são inadmissíveis em uma democracia, que tem como um de seus pilares a independência da magistratura. Não há como compactuar com discurso de ódio, abjeto e impregnado de discriminação, a atingir todas as mulheres e ultrapassar os limites civilizatórios.

A Ministra Cármen Lúcia, magistrada de notável saber jurídico e reputação ilibada, ilumina o Supremo Tribunal Federal com sua inteligência, talento, isenção e competência. Sem dúvida, continuará, independente e serena, na defesa intransigente da Constituição, sempre com o respaldo e admiração de seus pares e da comunidade jurídica.

O Supremo Tribunal Federal manifesta, ainda, a esperança de que os princípios que regem a Constituição Cidadã façam aflorar na sociedade brasileira o espírito democrático e a tolerância que o momento eleitoral exige.

Ministra Rosa Weber
Presidente do Supremo Tribunal Federal

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Assista ao vídeo:

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