Coordenadores da campanha do ex-presidente Lula (PT) emitiram “alerta vermelho” neste domingo (23/10) acerca do tiroteio entre o ex-deputado Roberto Jefferson, apoiador do presidente cessante Jair Bolsonaro (PL). A princípio, os petistas interpretaram como um factoide bolsonarista para desviar a atenção para o debate econômico.
Jefferson disparou tiros de fuzil e jogou granadas na Polícia Federal, que foi até sua residência para cumprir ordem judicial do ministro Alexandre de Moraes, do STF, no âmbito do inquérito das organizações criminostas que atentam contra o Estado Democrático de Direito.
Bolsonaro sentiu o debate sobre o congelamento do salário mínimo, aposentadorias e pensões. Ele também começa a colher reajustes seguidos no preço dos combustíveis, sobretudo a gasolina. O atual inquilino do Palácio do Planalto congelou os vencimentos, sem aumento real, há quatro anos. Por isso a desconfiança da campanha petista com esse caso Roberto Jefferson.
Segundo o jornalista Breno Altman, um dos estrategista da campanha lulista, a confusão de Jefferson tem o intuito de desviar a atenção sobre o debate do salário mínimo – que estava destruindo a campanha de Bolsonaro. “É um factoide criado pelo bolsonarismo”, alertou. “É armadilha para mudar a pauta.”
Lula diz que a democracia e a civilização vencerão a barbárie
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se solidarizou com os policiais federais atacados pelo ex-deputado Roberto Jefferson. ” A democracia e a civilização vencerão a barbárie”, disse ele.
“Minha solidariedade ao delegado Marcelo Vilella e a policial Karina Lino Miranda de Oliveira, feridos quando estavam apenas exercendo seu dever. Torcendo pela rápida recuperação. A democracia e a civilização vencerão a barbárie”, publicou em sua conta no Twitter. Em entrevista coletiva, o ex-presidente afirmou que a conduta de Jefferson é causada pelo comportamento violento de Bolsonaro.
“A gente nunca viu uma aberração dessa, uma ofensa dessa, uma cretinice dessa que esse cidadão, que é o meu adversário, estabeleceu no país. Ele conseguiu criar nesse país uma parcela da sociedade brasileira raivosa, com ódio, mentirosa, e que espalha fake news o dia inteiro, sem se importar se o filho dele está ouvindo a mentira ou não. É desrespeito pela sociedade”, declarou, pontuando que o povo deve se dirigir às urnas no próximo domingo, 30 de outubro.
Comportamento violento
“Eu acho que isso gera comportamento como esse do ex-deputado Roberto Jefferson e gera o comportamento de algumas pessoas que seguem o adversário nosso. Ou seja, não é a primeira violência. Eu tenho visto pela imprensa padres sendo ofendidos, padres sendo atacados, pastores sendo atacados, evangélicos sendo proibidos de entrar na igreja. Ou seja, é uma máquina de destruição dos valores democráticos”, completou.
Ex-presidente afirmou que quer que o povo brasileiro vote pela verdade. E que é o futuro do país que vai ganhar com o restabelecimento da democracia.
Lula acrescentou que o governo de Jair Bolsonaro não tem credibilidade por causa das mentiras que ele conta e que a economia está atrofiada pela mesma razão. Segundo ele, o país precisa restabelecer a normalidade, que tem cara e nome. “A aberração política nesse país tem cara, tem nome e todo mundo sabe que é o meu adversário que mente descaradamente 24 horas por dia, não tem compromisso com a verdade. E esse cidadão sabe que todas as mentiras que ele está contando, um dia, vai virar processo contra ele. E ele sabe que a justiça vai tomar uma decisão. Talvez seja disso que ele tenha medo do seu futuro”.
Democracia vai prevalecer
O ex-presidente afirmou que o desafio nesta última semana de campanha é convencer jovens e outros e que não foram votar ou anularam seus votos que o que esta não é uma disputa comum e que o que está em jogo é a democracia.
“Não é mais uma campanha de um homem contra outro homem, de uma mulher contra outra mulher, de um partido contra outro partido, o que está em jogo, na verdade, é se a democracia vai prevalecer nesse país ou se a gente vai viver a barbárie da mentira, a barbárie do genocídio, a barbárie da falta de respeito com o povo brasileiro”, disse, destacando também que o voto no segundo turno é pela reconstrução da alegria no Brasil. “Ou seja, se alguém quiser desarmar esse país, tem que votar e votar contra o Bolsonaro. Se alguém quiser educação, ao invés de armas, tem que votar e votar contra o Bolsonaro. Se alguém quiser mais cultura nesse país, tem que ir votar e votar contra o Bolsonaro. Porque ele, na verdade, é contra tudo isso. Ele é contra a educação, ele é contra livros, ele é contra a cultura, ele é contra o aumento do salário mínimo. Na verdade, é um governo que é contra a verdade, é um chamado governo da mentira”, afirmou.
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