A capa da revista CartaCapital deste fim de semana traz à tona uma denúncia de extrema gravidade que expõe uma trama lavajatista nos bastidores da 13ª Vara Federal de Curitiba, visando silenciar o juiz Eduardo Appio e o advogado Rodrigo Tacla Duran. Essa repotagem pode ser a pá de cal que ainda faltava no enterro da finada operação Lava Jato, que era coordenada pelo trio Sergio Moro, Deltan Dallagnol e Gabriela Hardt.
O título “CALA-BOCA” em letras garrafais estampa a imagem do juiz afastado Eduardo Appio ao lado de Tacla Duran, ambos amordaçados, desvendando um suposto complô que tem como objetivo calar vozes dissidentes e garantir a perpetuação de uma narrativa que dominou os noticiários nos últimos anos, numa espécie de ditadura da opinião única, nos jornalões da velha mídia corporativa.
Segundo CartaCapital, a trama tem suas raízes nas entranhas de parte do poder judiciário e contou com a conivência de alguns membros da finada força-tarefa Lava Jato, que reluta seu destino fatal: a sepultura. A denúncia revela uma articulação para minar a reputação do juiz Eduardo Appio, considerado incomodamente independente por setores que buscavam maior controle sobre os processos.
Appio, conhecido por suas decisões equilibradas e destemidas, contrariou interesses poderosos ao expor irregularidades e violações de direitos durante a Lava Jato, que, inclusive, o Supremo Tribunal Federal (STF) já reconheceu anulando sentenças. O juiz Appio questionou métodos adotados pelos procuradores e reafirmou a falta de imparcialidade nas decisões de Hardt e Moro.
A trama lavajatista incluiria manipulação de evidências, pressão indevida sobre testemunhas e omissão de informações relevantes, visando garantir condenações a qualquer custo. O objetivo final seria desacreditar Appio e impedir que suas revelações abalassem os alicerces da operação pretérita.
Rodrigo Tacla Duran, ex-colaborador da empreiteira Odebrecht, desempenha um papel central nesse intrincado quebra-cabeça. Desde 2017, ele tem levantado questionamentos sobre a conduta de alguns membros da Lava Jato, incluindo o ex-juiz Sérgio Moro. Suas denúncias ganharam notoriedade, especialmente no exterior, colocando em xeque a reputação daqueles que eram considerados heróis nacionais.
A trama lavajatista ressurge com força total, conforme vai revelar a reportagem da CartaCapital, que detalha essa conspiração com o objetivo de calar Appio e Tacla Duran, encerrando as incômodas denúncias e protegendo as figuras responsáveis pela Lava Jato.
A denúncia divulgada pela revista levanta questões preocupantes sobre os bastidores do poder e a possibilidade de motivações obscuras por trás da tão celebrada operação que abalou o país com violações de direitos constitucionais, quebrou empresas nacionais estratégicas, desempregou milhões de pais de famílias, gestou Michel Temer, Jair Bolsonaro, Sergio Moro, Deltan Dallagnol, et caterva.
A capa da CartaCapital deste fim de semana não apenas chama a atenção, mas também nos convida a refletir sobre a necessidade de uma investigação dessa trama, que tem o potencial de abalar os alicerces de parte do judiciário que funcionou ao arrepio da lei.
Que a denúncia a ser veiculada pela CartaCapital sirva como um lembrete contundente de que a lei é para todos, inclusive para os lavajatistas. Continue seguindo o Blog do Esmael para saber tudo sobre os bastidores da política e do judiciário em tempo real.
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Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.