- Governador Ratinho Junior promove Black Friday com a estatal de energia dos paranaenses
Os Comitês Populares de Curitiba e Região Metropolitana irão engrossar nesta quarta-feira, dia 23 de novembro, a manifestação na Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP), às 13h, contra a privatização da Copel (Companhia Paranaense de Energia).
O governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), como se fosse numa Black Friday, quer vender a estatal de energia que pertence aos paranaenses a preço de banana. E o pior: tudo a toque de caixa, em regime de urgência, durante a Copa do Mundo e no apagar das luzes de 2022.
A oposição na ALEP pediu vista nas comissões de Constituição e Justiça, cujo relatório alternativo formulado deputado deputado Tadeu Veneri (PT) foi derrotado hoje (22/11) pelo apertado placar de 6 votos a cinco.
Pedido de vista na Comissão de Finanças
Amanhã (23/11) – enquanto funcionários da Copel e as forças vivas da sociedade estiverem protestando contra a venda da Copel – os deputado estarão examinando outro pedido de vista do deputado Arilson Chiorato (PT) na Comissão de Finanças.
“Na campanha eleitoral Ratinho Junior prometeu: ‘A Copel vai continuar sendo dos paranaenses!’”’. Foi só passar as eleições, e o governador coloca o patrimônio do povo à venda! Privatizar a COPEL é roubar a população do Paraná!”, denunciou Chiorato.
O presidente do Sindicato dos Engenheiros do Paraná (Senge-PR), Leandro Grassmann, fez um chamado para que todos compareçam à Assembleia Legislativa para defender a Copel. Ele disse que a privatização estatal, por cerca de R$ 3 bilhões, equivale a apenas um ano de lucro da empresa.
Márcio Kieller, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), seção Paraná, disse que “é nosso dever estar na Assembleia Legislativa para defender a Copel”. “Mais de 20 anos depois voltamos às ruas para não deixar que o governo de plantão entregue o nosso patrimônio. Depois não adianta reclamar da conta de luz!”, convocou.
O deputado Requião Filho (PT), em discurso da tribuna, estimou o preço da companhia energética em R$ 15 bilhões. Ele também lançou suspeitas sobre o BTG Pactual, que, segundo ele, pode estar por trás da repentina compra de ações na estatal nas vésperas do anúncio de sua privatização – o que configuraria crime de ‘insider trading’ cometido pelo governador do estado.
Privatização de escolas estaduais
O movimento contrário à privatização da Copel, na tarde desta quarta, também será engrossado por alunos, funcionários e professores de escolas estaduais que estão marcadas para serem privatizadas.
Ratinho Junior nominou 27 estabelecimentos para serem transferidos à inciativa privada e pediu o fim do status de “regime especial” para o Colégio Estadual do Paraná. No entanto, a pressão da rapazida derrubou o artigo 58 do PL 497/22 que acabava com a autonomia do CEP.
Porém, o objetivo do Palácio Iguaçu ainda é privatizar o histórico estabelecimento de ensino e as demais 2,1 mil escolas da rede de educação básica do Paraná.
A Copel É Nossa – Campanha plural e suprapartidária
A deputada estadual Mabel Canto (PSDB) se somou à luta contra o regime de urgência para votar a proposta de privatização da Companhia Paranaense de Energia. Na Assembleia Legislativa, ela disse que não há estudo detalhado sobre a viabilidade financeira da venda da estatal.
“O estudo não veio com o Projeto de Lei. Cadê esse estudo? Precisamos conhecê-lo para que saibamos quais são os pontos positivos e negativos em relação à venda da Copel. A Companhia gera 5 bilhões de reais de lucros para os cofres públicos. Precisamos de tempo para a discussão desse projeto e não fazê-la de forma atropelada como o Governo está propondo”, afirmou a parlamentar tucana.
Mabel disse ainda que a Copel cumpre uma função social que dificilmente uma empresa privada cumpriria, citando como exemplo o programa social Energia Solidária que beneficia quase 400 mil paranaenses.
Policiais penais contra a privatização das penitenciárias
O Sindicato dos Policiais Penais do Paraná (SINDARSPEN), tradicional organização de luta, também esteve nas galerias da ALEP contra a privatização do sistema penal proposto por Ratinho Junior nessa reforma administrativa, que privilegia obtusas empresas.
A presidente do SINDARSPEN, Vanderleia Leite, disse que o projeto de privatização – ou terceirização – está eivado de insconstitucionalidades. Ela já anteciprou que a entidade irá judicializar essa negociata, caso passe na ALEP.
Como participar do protesto nesta quarta
Basta se dirigir nesta quarta, às 13h, em frente à Assembleia Legislativa (ALEP).
Local: Praça Nossa Senhora Salete, S/Nº, Centro Cívico.
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