Ex-ministro da Justiça Anderson Torres é preso pela Polícia Federal em meio a suspeitas de envolvimento em atos terroristas
Ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres foi preso na manhã deste sábado (14) pela Polícia Federal. A prisão ocorreu após ele desembarcar em Brasília, vindo dos EUA.
De acordo com a PF, ele foi levado para um batalhão da Polícia Militar, no Guará. A audiência de custódia está marcada para 12h30 deste sábado e será realizada por vídeo conferência.
A prisão de Torres foi determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes após os atos terroristas em Brasília, em 8 de janeiro. Torres era secretário de Segurança Pública do Distrito Federal quando ocorreram a invasão e depredação do Palácio do Planalto, do Congresso e do STF por bolsonaristas radicais que defendem um golpe para derrubar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A suspeita é que Torres, em conjunto com setores da Polícia Militar do DF e de militares, tenha atuado para facilitar a ação dos terroristas bolsonaristas. O ex-ministro nega as acusações. Ele estava em Miami, nos Estados Unidos, e comprou passagem usando apenas os dois primeiros nomes, Anderson Gustavo.
A prisão de Torres foi determinada na terça-feira (10), por Moraes. A decisão foi depois confirmada pelo plenário do Supremo Tribunal Federal (STF). Logo após a decisão se tornar pública, Torres disse, pelas redes sociais, que se entregaria.
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Quem é Anderson Torres?
Anderson Gustavo Torres, de 47 anos, é um ex-ministro da Justiça e Segurança Pública de Jair Bolsonaro. Ele é formado em Direito pelo Centro Universitário de Brasília e é desde 2003, delegado na Polícia Federal (PF), onde coordenou investigações e operações de combate ao crime organizado, tráfico internacional e lavagem de dinheiro.
É especialista em Ciência Policial e Investigação Criminal em Segurança Pública e formado em Inteligência Estratégica pela Escola Superior de Guerra. Foi professor da Academia de Polícia Civil em Roraima, da Academia da Polícia Militar do Distrito Federal e da Academia Nacional de Polícia.
Torres foi diretor de assuntos legislativos da Associação dos Delegados da Polícia Federal, coordenou comissões sobre segurança pública e combate ao crime organizado na Câmara dos Deputados e foi chefe de gabinete do então deputado federal Fernando Francischini (União-PR).
Em 2019, ele assumiu como secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, na primeira gestão de Ibaneis Rocha, e deixou o cargo em março de 2021, quando foi nomeado ministro da Justiça e Segurança Pública por Bolsonaro.
No dia das invasões ao Congresso e ao STF, Torres condenou os ataques como “inconcebível desordem” e “inaceitável o desrespeito às instituições”. Ele foi exonerado do cargo no próprio dia das invasões e foi preso preventivamente pela STF, como parte do inquérito sobre atos democráticos.