PT divulga nota em solidariedade a deputado perseguido após questionar dívidas bilionárias da Copel; confira a íntegra

O deputado estadual Arilson Chiorato (PT-PR) e presidente do PT Paraná está sendo perseguido após questionar uma suposta dívida bilionária envolvendo a Companhia Paranaense de Energia Elétrica (Copel).

A dívida pode ter impacto direto na privatização da estatal e Chiorato cobra esclarecimentos sobre a possível omissão de dívidas em balanços e prejuízos para o Estado e para acionistas.

Durante uma sessão plenária na Assembleia Legislativa do Paraná, a estatal entrou com uma interpelação judicial contra o deputado, mas ele não pretende se calar diante dessa medida.

De acordo com Chiorato, as supostas dívidas estariam relacionadas a contratos com as empresas Companhia de Energias Renováveis, Centrais Elétricas Do Rio Ribeira S/A (Celer), Fundo de Investimento em Participações em Infraestrutura, GRP Empreendimentos S/A e Cesa – Confluência Energia S/A.

A presidenta nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), se manifestou sobre a perseguição ao correligonário.

“Absurda a tentativa de intimidação da Copel contra o companheiro Arilson Chiorato, que busca respostas sobre possível dívida bilionária na companhia. Estatal entrou com interpelação judicial contra o presidente do PT Paraná. Tem algo a ser escondido?”, questionou a dirigente petista.

Economia

Segundo o deputado Arilson Chiorato, a Copel entrou com uma ação contra ele para tentar intimidá-lo. “Por que calar este deputado? Solicitei explicações a respeito de uma denúncia de uma possível dívida de R$ 3,5 bilhões que, supostamente, teria sido ocultada pela Companhia. Ao invés do Governo responder, me atacam”, criticou.

Chiorato ainda disse que o governador e suas frases de efeito têm o objetivo de atacar o PT e encobrir o problema central: o suposto erro no balanço da Copel, publicado na imprensa, de uma dívida de R$ 600 milhões que pode ser de R$ 3,5 bilhões. “Já pedi explicações, que tal responder e focar no que importa, Ratinho Junior?”, desafiou.

“Assusta saber que a Copel tenta trabalhar com censura de algo que deveria ser público. Gostaria de ver todos os deputados desta Casa se colocando contra este absurdo. Vamos apresentar uma Moção para ser assinada por todos os parlamentares contra esta atitude”, disse o deputado Requião Filho (PT) ao apresentar uma Moção de Apoio a seu companheiro de bancada.

O que você precisa ficar sabendo sobre o imbróglio da Copel

  • Deputado Arilson Chiorato (PT-PR) cobra esclarecimentos sobre dívidas bilionárias da Copel;
  • A suposta dívida tem impacto na privatização da estatal;
  • A estatal interpelou o deputado após ele contestar a dívida em sessão plenária;
  • Chiorato recebeu apoio de colegas durante a sua fala na sessão plenária;
  • PT Paraná emitiu nota de apoio ao deputado.

Abaixo, leia a íntegra da nota do PT em solidariedade ao deputado Arilson Chiorato:

Nota em resposta as declarações do governador do Paraná
Ao atacar o PT-PR em entrevista ontem a noite, o governador Ratinho Júnior, mais uma vez fugiu de dar as devidas explicações sobre a privatização da Copel

(Curitiba/PR) – Nesta quinta-feira (06), o Diretório Estadual do Partido do Trabalhadores foi surpreendido pela entrevista do governador do Paraná Ratinho Júnior, concedida à RIC TV na noite de 05 de abril, na qual o governador menciona, ao ser questionado sobre a movimentação do PT-PR contra a privatização da COPEL, que “Acabou a indicação política. Têm alguns políticos berrando porque acaba com a indicação política. Eles são contra porque gostam de ficar indicando amigos nas estatais”. Neste sentido o Diretório Estadual do PT informa que não possui “amigos” em cargos de direção de empresas públicas paranaenses; e ainda, ressalta que o governador nada mais faz do que desviar do assunto.

O governador do Paraná, ao invés de vir a público e começar explicando a legalidade dos balanços da COPEL e prestando os esclarecimentos sobre a suposta dívida de R$ 3,5 bilhões – ataca os parlamentares do partido e empobrece o discurso político democrático. Outro ponto que chama a atenção é que dentro do processo de venda, o possível beneficiário dessa venda seria o Banco Itaú, uma suposta maquiagem contábil e a contratação de uma consultoria por parte da Copel. De acordo com informações, por causa de uma ação, o banco pode receber ações da companhia de energia paranaense. “Isso vai fazer com que o Itaú vire dono da Copel”, declara o presidente do PT-PR, Arilson Chiorato.

Com relação à suposta maquiagem, o balanço da Copel aponta uma dívida de 2015 em que ela foi condenada em R$ 3,5 bilhões, mas a empresa só registrou no balanço R$ 670 milhões, que eram os contratos da época. Outro ponto de questionamento é o fato de a própria Copel contratar uma consultoria para ser privatizada no lugar do Governo do Paraná, que é o sócio majoritário.

Neste cenário de ambiguidade e extrema falta de esclarecimentos por parte da COPEL e do governo do Estado, a Frente Popular e Democrática em Defesa da Copel Pública vem a público diariamente cobrar as devidas explicações. Os nossos parlamentares não fazem nada além do que é previsto em suas respectivas obrigações, representar os interesses da sociedade e do povo paranaense.

O Partido dos Trabalhadores repudia com veemência a fala do governador do Paraná e ainda, reitera a cobrança de explicações feitas por parte da nossa Bancada. Em que pese, que a defesa do Partido é dos trabalhadores e das trabalhadoras do nosso Paraná. Com base nisso, foi agendada uma audiência pública no próximo dia 17 de abril na Assembleia Legislativa do Paraná que deve apontar possíveis irregularidades no processo de privatização da Copel.

LEIA TAMBÉM

Uma resposta para “PT divulga nota em solidariedade a deputado perseguido após questionar dívidas bilionárias da Copel; confira a íntegra”

Deixe um comentário